António Venâncio diz que recebeu a informação com "imensa alegria e com grande satisfação", porque trata-se de uma iniciativa que vai fortalecer a democratização interna do MPLA.
"Estou também bastante satisfeito por saber que finalmente em 2026 teremos vários candidatos e que isto é sinal de fortalecimento, de engrandecimento da nossa organização, porque as múltiplas candidaturas são de facto o caminho certo para que as nossas decisões internas sejam cada vez mais da maior qualidade, que as nossas deliberações e as nossas decisões internas possam ter um carácter mais colegial, menos autoritário e mais democrático", acrescentou.
Na sua opinião, é uma iniciativa que surge em tempo certo, porque é preciso prepararem-se para apresentarem as candidaturas em 2026, já com todos os requisitos cumpridos.
"E, portanto, ao camarada Higino Carneiro, as minhas felicitações e desejo que em 2026 possamos todos festejar em conjunto a democracia, os novos valores democráticos que há mais de 50 anos não vimos praticando no seio da nossa organização", destacou António Venâncio.
"Quero também desejar a todos os militantes um maior empenhamento no sentido de todos participarmos desta grande festa da democracia, com múltiplas candidaturas, escolhendo aquele que será da nossa preferência para a direcção e a liderança do nosso partido, MPLA", finaliza António Venâncio.
Uma fonte da direcção do MPLA disse ao Novo Jornal que a posição do presidente do partido à TPA vincula a direcção da organização.
"Quando alguém se apresenta como predestinado, a mensagem que está a passar aos outros putativos candidatos é que "não vale a pena vocês concorrerem, estão a perder o vosso tempo, porque o destino já me predestinou. Já defini o meu futuro e o futuro da Angola. O presidente de Angola vou ser eu. Então, vocês estão a perder dinheiro, estão a perder tempo, nem sei se vale a pena fazer eleições. Esta é a mensagem que está a passar no fundo. O Estado nem sequer devia organizar eleições, está a perder tempo. Vai organizar eleições mais porquê, se o destino já definiu que o Ernesto é que vai ser o futuro presidente. Então, só temos de arranjar a cadeira, confortável, para o Ernesto sentar?", perguntou ao jornalista da TPA.
Depois, para deixar bem claro que não dá a sua "benção" a este ou a qualquer outro candidato que comece a corrida sem ele disparar o tiro de largada, João Lourenço atirou: "É óbvio que não há. É óbvio que não há! E todo aquele que tentar passar a ideia de que tem a minha bênção para poder começar a corrida agora, agora ou mais tarde, eu vou desmentir-lhe publicamente, como estou a fazer agora".
"Aqueles que andam a dizer que não há democracia interna no MPLA deviam entender que apresentar-se como predestinado é que é matar a democracia interna no MPLA", afirmou.