Em tribunal, o tenente-general assegurou que coronel Jacinto Hengombe, antigo assistente principal da secretaria-geral da ex-Casa de Segurança, actual Casa Militar do Presidente da República, e Pedro Lussaty, eram seus colaboradores directos na Casa de Segurança e nega que estes inseriam nomes de efectivos "fantasmas" na folha de pagamento no batalhão de Transporte da UGP no Kuando- Kubango.

Durante as suas declaração, todo o dia, o antigo secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República disse nunca ter tido conhecimento que sobrava dinheiro do pagamento da Unidade de Guarda Presidencial na província do Kuando Kubango e que era repartido em malas entre os arguidos e alguns generais, tal como afirmou recentemente o comandante daquela unidade, o coronel Manuel Correia, em tribunal.

Em tribunal o tenente-general disse nunca ter tomado conhecimento de que o dinheiro para o pagamento do 8.º batalhão ficava em casa do coronel Manuel Correia, e não da unidade Presidencial.

Questionado se os arguidos Pedro Lussaty e coronel Jacinto Hengombe elaboravam as folhas de pagamentos da UGP no Kuando- Kubango, respondeu que sim e negou que o major "milionário" era o financeiro da Banda de Música da Casa de Segurança do PR, como salienta a acusação do MP.

Ao tribunal, o ex- secretário-geral da Casa de Segurança do PR, negou ter existido uma orientação por escrito do general Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa", então ministro do Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, onde orientava a entrega de valores ao arguido Pedro Lussaty.

Segundo o tenente-general, os milhões de kwanzas apreendidos em casa e posse do major é da série de 2021 e nesta altura Pedro Lussaty e alguns responsáveis da Casa de Segurança do PR já não faziam parte daquela instituição.

"Confesso que devem investigar bem a origem do dinheiro, não saiu de certeza da Casa de Segurança do PR. Não pode ter saído lá. Não sei onde o Lussaty encontrou tanto dinheiro, mas na Casa de Segurança não foi", afirmou.

Na terça-feira estão agendadas as audições de outras testemunhas, entre estas vários oficiais generais.