O Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), assim como a Comissão de Instalação do Sindicato dos Funcionários do Tribunal Supremo (CISFJTS), regressam ao trabalho mas não descartam a possibilidade de voltarem à greve nas próximas semanas caso o Executivo não reveja a sua posição.

Os professores do ensino superior das universidades públicas estiveram em greve por 90 dias, enquanto os funcionários judiciais do Tribunal Supremo paralisaram os serviços por duas semanas.

Eleições nas instituições públicas de ensino superior e um salário equivalente a cinco mil dólares é o que o SINPES exige do Executivo.

Os funcionários judiciais do TS querem que se faça uma equiparação imediata dos salários com os demais tribunais superiores.

Ao Novo Jornal Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior, garantiu que a greve foi interrompida por 30 dias, em assembleia-geral extraordinária do sindicato.

Segundo este responsável, o intervalo da greve visa dar continuidade ao programa académico do primeiro semestre e servirá para a resolução de outras questões entre o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação e o SINPES.

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) diz estar disponível para continuar a dialogar com o sindicato para a resolução dos problemas que preocupam os professores.

Já os funcionários judiciais do Tribunal Supremo garantem que a primeira fase da greve, de 21 de Março a 1 de Abril, foi cumprida, como ficou acordado em assembleia de trabalhadores, mas avisam que voltam a cruzar os braços na semana de 18 a 29 de Abril, por não ter havido avanços no processo de negociações.

"Não houve avanços. Esperamos que com a abertura do novo ano judicial possam rever o nosso problema porque até agora não há nenhuma proposta do tribunal", contou ao Novo Jornal Domingos Feca, o coordenador da comissão sindical do Tribunal Supremo.

Face ao incumprimento, os funcionários do TS convocaram uma assembleia-geral em Fevereiro e decidiram realizar a greve de forma faseada.

Assim sendo, a primeira fase da greve começou no passado dia 21 de Março e terminou no dia 1 de Abril, mas decidiram que caso não haja avanços nas negociações, seguir-se-ão as semanas de 18 a 29 de Abril e mais tarde as semanas de 16 a 27 de Maio, de 13 a 24 de Junho, e de 18 a 29 de Julho, dependendo dos resultados das negociações que existirem.

Sobre o assunto da greve dos funcionários judiciais, o presidente do Tribunal Supremo e do Conselho Superior da Magistratura Judicial, Joel Leonardo, continua em silêncio.