Chegou ao fim a segunda fase deste protesto laboral, que durou sete dias, mas as centrais sindicais que o promoveram prometem voltar a cruzar os braços no mês de Junho, para a terceira fase, caso não se verifiquem avanços nas negociações, soube o Novo Jornal.

O Governo diz que está a preparar-se para, a curto prazo, aprovar o salário mínimo nacional, "conforme as deliberações que forem tomadas" no Conselho Nacional de Concertação Social, sem apontar uma data concreta para este aumento desejado pelas centrais sindicais.

E os sindicatos dizem estar disponíveis para voltar à mesa das negociações, mas garantem que se não houver avanços por parte do Governo, o País vai registar uma terceira fase da greve geral no próximo mês.

O anúncio do fim desta fase da greve consta do comunicado do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS) alusivo ao Dia Internacional do Trabalhador, que se celebrou na quarta-feira, no qual se afirma que o salário mínimo nacional é "um dos objectivos do Executivo.

Nas ruas de Luanda já se nota nesta quinta-feira o regresso às aulas, depois de os professores terem aderido à greve a 100 por cento.

Sinal positivo também se verifica nos sectores da justiça e da saúde, onde os postos de identificação, conservatórias e cartórios, assim como as lojas de registo, estão já a funcionar com normalidade.

Na normalidade estão também a funcionar as unidades de saúde, que durante o período de paralisação da função pública apenas atendiam os pacientes em estado crítico.

Nas principais paragens de táxis, em Luanda, onde durante o período da greve se observava uma redução substancial de passageiros, esta quinta-feira voltaram as enchentes, sinal de movimentação de funcionários públicos e de estudantes.

O Executivo, através do MAPTSS, diz estar aberto ao diálogo, mas continuam a não ter entendimento com as centrais sindicais para chegar a um acordo.

Já as centrais sindicais saudaram a adesão dos trabalhadores à greve geral e o seu êxito, e salientam que não vão aceitar medidas disciplinares contra os trabalhadores que aderiram ao protesto, mas declararam-se disponíveis para continuar a negociar com o Governo.

O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social disse ter resolvido 80 por cento das revindicações do caderno reivindicativo das centrais sindicais, mas os sindicatos, por sua vez, refutam estas afirmações.

O MPLA, partido que suporta o Governo, apelou, recentemente, às partes para continuarem com as negociações e evitar à continuidade da greve.

As centrais sindicais fazem um balanço positivo da segunda fase da greve, mas enfatizam a "falta de sensibilidade do Executivo" na resolução dos problemas.

Em comunicado em alusão ao Dia Internacional do Trabalhador, o Governo diz-se estar a preparar-se para, a curto prazo, aprovar o salário mínimo nacional, "conforme as deliberações que forem tomadas" no Conselho Nacional de Concertação Social, sem apontar uma data concreta.

O Ministério reafirma o seu empenho "em melhorar as condições laborais e sociais", destacando algumas medidas já implementadas para a melhoria das condições sociais dos funcionários públicos.

Entre estas, o Executivo destaca a promoção e actualização das carreiras de cerca de 30.000 funcionários do regime geral, a institucionalização dos subsídios das zonas recônditas para cerca de 100.000 funcionários, a actualização dos estatutos remuneratórios dos professores dos ensinos primário e secundário, que abrange pelo menos 207.000 funcionários, a duplicação dos rendimentos dos docentes do ensino superior e dos investigadores científicos.