Em Angola, o estado de emergência decretado desde Março, para conter os «estragos» da pandemia da Covid-19, tem colocado à "prova" a capacidade financeira das mais de 300 agências de viagens que actuam no país.
Alguns operadores, para garantirem os salários do mês de Abril dos seus funcionários, tiveram que recorrer às verbas provenientes da venda de bilhetes de voos humanitários proporcionados por governos.
O "descalabro" financeiro nas agências de viagens é tão "estrondoso" que, só no mês de Março último, por exemplo, se estima que a facturação das mais de 300 agências que operam no país foi abaixo da metade das receitas arrecadadas no mesmo período de 2019, disse ao Novo Jornal a presidente do conselho de administração da Associação das Agências de Viagem e Operadores Turísticos de Angola (AAVOTA), Catarina Oliveira.
De acordo com a líder associativista, em Março último, com a comercialização de bilhetes para viagens aéreas, as agências que operam no país encaixaram, no conjunto, aproximadamente 3 milhões de dólares. Montante que, se comparados aos mais de 9,5 milhões de dólares que os mesmos operadores facturaram no terceiro mês de 2019, representa uma quebra acima de 70%, ou seja, uma queda acima de 6 milhões USD, indicam os dados avançados ao Novo Jornal pela presidente da AAVOTA.
Devido ao estado de emergência, "tudo parou, as agências de viagens quase não facturaram em Março [deste ano]. Nós, os operadores, tivemos perdas muito significativas em Março", declarou a presidente da AAVOTA. "É um descalabro total. É uma situação muito grave", lamentou a responsável.
Sem dinheiro e sem alternativas
A sobrevivência financeira do negócio das agências de viagens, em qualquer parte do mundo, depende sobretudo da venda de bilhetes de passagens das companhias aéreas, explicou o secretário-geral da AAVOTA, Augusto Pedro, acrescentando, posteriormente, que quem actua no ramo também realiza acções como operador turístico de hotéis e similares. "Como os hotéis estão às moscas porque deixaram de receber clientes, uma vez que as pessoas estão confinadas nas suas casas", as receitas das agências baixaram substancialmente.
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