Estas contas refeitas entre o deve e o haver do Estado, de acordo com um comunicado do Conselho de Ministros, acabam por subtrair 13 dólares ao barril de petróleo cujo preço de referência na versão anterior do OGE era de 68 USD, o que obriga a equipa económica do Executivo a refazer os planos de despesas até Dezembro.

Os 55 dólares agora perspectivados surgem, no entanto, em contraciclo com o actual comportamento dos mercados petrolíferos, que, no mercado de Londres, onde o Brent local sere de referência para as vendas angolanas, na sexta-feira, no fecho da sessão, estava a valer por barril mais de 71 USD, o que, sublinhe-se, representa uma queda substancial do preço médio dos últimos 15 dias.

Isto quando o Banco Mundial também anunciou as contas que fez e que deu como resultado uma perspectiva de 66 USD para a média das vendas ao longo de 2019.

Mas, sobre o impacto directo do OGE reformulado, contido na proposta de Lei a aprovar na Assembleia Nacional, onde o barril de Brent tomba dos 68 para os 55 USD, isto significa que as receitas e despesas descem cerca de 9 por cento, prevendo-se que afecte particularmente a área social.

Por detrás desta revisão do OGE 2019 está o constante sobe e desce do valor do crude nos mercados internacionais, cujo impacto na economia angolana é grande, bastando para isso ter em conta que o petróleo ainda representa cerca de 95% das exportações do país.

Estes 55 USD substanciados neste novo documento são um valor conservador face ao comportamento dos mercados nos últimos meses, mas protegem o Executivo e a sua equipa económica de eventuais surpresas.