Esta agência das Nações Unidas organizou, a 4 e 5 deste mês, em Genebra, na Suíça, um workshop para anunciar e discutir com o Governo a revisão das suas políticas de investimento para Angola, onde, segundo um comunicado síntese do encontro, clarifica que a diversificação económica permanece como objectivo incontornável.

A UNCTAD sublinha o facto de Angola ter observado, após o fim da guerra, um interessante período de grande volume de investimento externo que, nos últimos anos não teve continuidade e o existente é volátil e limitado ao sector extractivo, apesar de o Governo actual ter um programa ambicioso para contrariar essa realidade.

Alinhar os projectos às necessidades reais de Angola podem contribuir para desbloquear o estrangulamento que o pais vive actualmente em matéria de atracção de Investimento Estrangeiro Directo (IED).

"Angola vai ter de ultrapassar os actuais constrangimentos no clima de investimento para libertar todo o seu potencial para atrair investimento estrangeiro directo", diz ainda o comunicado, que cita Chantal Dupasquier, que lidera o departamento de revisão de políticas da UNCTAD.

"Um portfólio mais diversificado e focalizado em projectos mais próximos das necessidades de Angola podem contribuir para alcançar os objectivos de desenvolvimento" de Angola, aponta ainda o comunicado.

É ainda dito que o Executivo de João Lourenço "estabeleceu um programa ambicioso" para alterar o ambiente de negócios que as organizações internacionais ainda consideram escassamente adequado, tendo identificado algumas das razões para o estrangulamento como, entre outras, "a existência de práticas concorrenciais restritivas" ou a ausência de "capacidade e coordenação" institucional.

"Essas falhas limitam a capacidade do país de tirar maior proveito da sua localização estratégica, recursos naturais abundantes e acesso preferencial a mercados externos", diz ainda a UNCTAD, que mostra interesse e preferência pelo agronegócio, sector ao qual atribui especial papel "no desenvolvimento sustentável".