Depois de várias versões desencontradas sobre o estado AngoSat-1, com as actualizações vindas da Rússia a não coincidirem com os esclarecimentos angolanos, as informações dos dois lados batem finalmente certo.

"As nossas equipas angolanas e russas que estão envolvidas no processo estão a trabalhar arduamente e é com alguma satisfação que anunciamos que o satélite voltou a estar em comunicação com a estação de Baikonur [no Cazaquistão]", disse ontem, 28, o secretário de Estado para as Tecnologias de Informação, Manuel Homem.

O governante explicou que o problema de comunicação reportado na quarta-feira pelos russos, horas depois do lançamento do AngoSat-1, "ocorreu durante o processo de abertura dos painéis em órbita".

A falha parece estar contudo ultrapassada. "O que de facto interessava informar é que o Angosat está em órbita", sublinhou Manuel Homem, esclarecendo que situações deste tipo não são invulgares.

"É importante que possamos perceber que o Angosat é um satélite, que, enquanto infra-estrutura, vai para um ambiente novo e é normal que pudesse ocorrer alguma situação anormal de adaptação ao ambiente", apontou o responsável, citado pela agência Lusa.

O secretário de Estado não avançou, contudo, a causa da perda de contacto com o satélite, adiantando apenas que os técnicos continuam a trabalhar para identificar que razões levaram a essa interrupção das comunicações.

Manuel Homem acredita que esta "é uma situação que se prevê não voltar a acontecer", embora salvaguarde que isso "é sempre imprevisível".

Da parte russa, a empresa RSC Energia, que lidera o consórcio responsável pela construção do AngoSat-1, confirmou que os especialistas "já receberam informação telemétrica" do satélite angolano.

"Todos os parâmetros dos sistemas de bordo do aparelho estão normais", acrescentou a RSC em comunicado, citado pela agência AFP.

O satélite foi lançado na passada terça-feira, 26, com recurso ao foguete ucraniano Zenit-3SLB, envolvendo ainda a Roscosmos, empresa espacial estatal da Rússia.