Apesar de ter anunciado um aumento de vendas de 3,6%, o grupo Shoprite, que opera em 15 países africanos, onde abriu mais 126 lojas novas, e com as vendas globais a chegarem aos 150,4 mil milhões de rands (quase 10 mil milhões USD), viu os seus resultados de exploração caírem mais de 14%, o que equivale aos 6,9 mil milhões de rands.

Os principais problemas deste gigante africano estão, segundo os dados avançados hoje pela imprensa sul-africana, no negócio além-fronteiras, especialmente em Angola, com o CEO do grupo, Pieter Engelbrecht, a avançar que o compromisso da Shoprite se mantem com todos os clientes de todos os 14 países que está presente em África fora da África do Sul.

"Mas não a qualquer preço", disse o gestor aos jornalistas após a divulgação dos resultados, o que os analistas traduziram por uma mudança estratégica que pode levar à saída do grupo de alguns países.

Embora esse dado não tenha sido especificado pelo gestor, os analistas citados na imprensa sul-africana admitem que essa questão, a saída de alguns países mais problemáticos, como é o caso de Angola face aos resultados apresentados e à crise económica que atravessa, está em cima da mesa, até porque a Shoprite já saiu de alguns países no passado.

Citado pelo The Africa Report, Engelbrecht afirmou, durante a apresentação destes resultados, que a Shoprite foi pesadamente atingida na sua dimensão fora da África do Sul, especialmente pela desvalorização das moedas e pela escassez de divisas e a elevada inflação que se regista em alguns destes países.

O CEO da Shoprite dá mesmo o exemplo de Angola onde estes três factores, a desvalorização do Kwanza, a escassez de divisas e a inflação alta, se conjugaram para as dificuldades sentidas pela empresa, mas, ao mesmo tempo, oficialmente, a aposta para o futuro permanece intacta.

A Shoprite tem em Angola, Nigéria - outra das principais razões para os maus resultados -, Zâmbia e Moçambique, os seus maiores mercados fora de portas, com 70% do negócio, sendo que Angola responde por 40% deste bolo,

Para os analistas, o prolema principal é que os maiores mercados fora da África do Sul para a Shoprite, Angola e Nigéria, são países com economias dependentes do petróleo e estão actualmente sob forte pressão, o que os transforma nos territórios mais problemáticos para o mais forte grupo retalhista do continente africano, com 2.690 lojas em 15 países.