E entre os problemas que o economista apontou, à margem do lançamento do Relatório Económico 2017 do CEIC, para este crescimento limitado, e muito distante dos dois dígitos a que o país cresceu no final da primeira década do século XXI, estão o declínio da produção petrolífera no país e a corrupção.

Sobre o petróleo, matéria-prima de cujas exportações o país ainda depende em mais de 90 por cento para erguer o seu Orçamento anual, Alves da Rocha lembrou que não existem estudos que permitam saber com exactidão quais são as reservas de que Angola dispõe, lembrando que existem indicações de que o referencial são 9 000 milhões de barris mas também de que estas chegam aos 15 000 milhões.

Mas apontou como importante a noção de que a produção tem vindo a cair, como, de facto, já o defenderam vários organismos internacionais, nomeadamente a Agência Internacional de Energia (AIE) que no seu relatório sobre o petróleo para 2018 - Oil report 2018 -, estima que Angola veja decair a sua produção diária dos actuais 1,5 milhões de barris por dia (mbpd) em média para apenas 1,29 mbpd em 2023.

Esta questão vai, segundo o director do CEIC, criar adstringência ao crescimento económico de Angola, mas também sublinhou a questão da corrupção, admitindo que o país atravessa uma "nova era" embora aponte que ainda é uma fase "aparente" porque falta demonstrar "resultados efectivos".

"Vamos ver os resultados do combate à corrupção", disse Alves da Rocha, apontando que "aparentemente" existem vontade política e políticas certas, mas falta a sua verificação que pode, no seu entender, sair de um estudo sobre até onde vai o impacto da luta contra a corrupção no país e que resultados podem ser sentidos no desenvolvimento económico.

O economista disse ainda que não existe nenhum documento do Governo a indicar qual o peso estimado da corrupção nos entraves ao desenvolvimento económico de Angola.