Gilberto "fuminho" Aparecido dos Santos chegou a Maputo em Março, mas há meses, senão anos, que estava a ser seguido por uma larga equipa de polícias e investigadores brasileiros e norte-americanos, bem como pela Interpol, e, agora, no Domingo, com o apoio das autoridades locais, "fuminho" viu arderem os seus últimos momentos de liberdade.
Depois de detido, Gilberto dos Santos, que integra a lista dos narcotraficantes mais procurados do mundo, antigo comandante do Primeiro Comando da Capital (PCC), fundado em 1993, em São Paulo, a maior organização criminal brasileira, com mais de 20 mil homens no activo, incluindo milhares em situação de cárcere, foi imediatamente deportado para o Brasil.
No avião, enviado para Maputo pelo Governo de Brasília, seguiram com "fuminho" mais de uma dezena de agentes da polícia brasileira e norte-americana, de forma a garantir que a sua extradição seguia sem percalços.
Durante duas décadas, Gilberto andou pelo mundo sem deixar rasto mas já está numa cela da Polícia Federal, depois de ter deixado Maputo no Domingo, num avião da Força Aérea Brasileira.
Mas a justificação legal para a extradição decidida pelo ministro do Interior moçambicano foi o facto de "fuminho" ter entrado de forma ilegal no país, tendo o Ministério do Interior explicado em comunicado que "o cidadão não observou os procedimentos e a entrada irregular no país", sendo esse o "fundamento para expulsão administrativa".
A sua detenção teve lugar a 13 deste mês e no Brasil, de onde estava ausente, pelo menos para as autoridades, há 21 anos, tinha sido condenado por tráfico de droga e por crimes diversos, incluindo extorsão e apoio à fuga da prisão de lideres do PCC.
Até chegar a Moçambique, "fuminho" passou anos em países da América do Sul e Central, como a Bolívia ou o Paraguai, entre outros, não se sabendo ao certo por onde andou este narcotraficante desde 1998, quando fugiu da cadeia.