A Prime TV, canal privado criado em 2016, com sede em Lusaka, capital da Zâmbia, foi encerrado a 09 de Abril por decisão do regulador independente, IBA, que cancelou a sua licença de emissão, tendo, de seguida, as forças policiais invadido e expulsado funcionários e jornalistas presentes, segundo denuncia o CPJ.

A própria estação, no seu site oficial, vem denunciar esta situação, acusando o Presidente Edgar Lungu de estar por detrás desta iniciativa que se insere na estratégia de reeleição para as eleições presidenciais de 2021.

A Prime TV, é um canal de televisão privado, com uma postura editorial crítica à governação de Lungu, e é uma das estações de TV com maiores audiências no país.

A IBA - Independent Broadcasting Authority -, justificou a suspensão da licença de emissão à Prime TV com o "a necessidade de garantir a segurança do público, a paz e o bem estar social", como se pode ler na imprensa local, que cita a nota que justifica a decisão do "Regulador".

Por detrás desta decisão, segundo o comunicado do CPJ enviado ao Novo Jornal, está a forma como o canal tem feito a cobertura da aplicação do plano nacional de combate à pandemia da Covid-19, mostrando as suas falhas, e ainda porque a Prime TV fez uma exaustiva cobertura noticiosa da aprovação parlamentar da denominada Lei 10, que consiste uma emenda constitucional que a oposição diz ser um "expediente" para que a Frente Patriótica, o partido de Lungu, se manter indefinidamente no poder.

Esta decisão de suspender um dos principais canais de TV zambianos está a gerar forte contestação no país e algumas organizações de defesa dos Direitos Humanos e da liberdade de imprensa estão a defender a ideia de que o Governo de Lungu está a aproveitar a pandemia da Covid-19 para silenciar os media que não lhe são obedientes.