A presidência sul-africana da UA afirma em comunicado hoje divulgado que pelo menos 50 milhões de vacinas serão disponibilizadas já entre Abril e Junho.

Os fornecedores das vacinas serão os laboratórios Pfizer-BioNTech e AstraZeneca, a partir das suas fábricas na Índia, e Johnson & Johnson.

A compra das vacinas será financiada pelo Afreximbank (Africa Export-Import Bank) e Banco Mundial.

"Embora a iniciativa Covax seja essencial para a África, a União Africana teme que os volumes, que estarão disponíveis entre Fevereiro e Junho (...) não sejam suficientes para conter os números crescentes da pandemia na África", refere o comunicado da UA.

A meta da Covax de imunizar 20% da população, adianta, não é suficiente para conter a propagação do vírus no continente.

"Cientistas do Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças (África CDC) indicaram que precisamos de imunizar pelo menos 60% da população para diminuir significativamente a propagação da doença", refere ainda o comunicado.

Lançada pela Organização Mundial de Saúde e parceiros privados, a iniciativa Covax prevê a imunização no continente a partir de final de Janeiro e meados de Fevereiro, atingindo até final do ano de um quinto da população africana.

O número total de casos de Covid-19 em África é actualmente de cerca de 3 milhões, com 74 mil mortes registadas, significativamente abaixo dos 16 milhões de casos e 500 mil mortes na América do Sul e Caraíbas.

A África do Sul, onde nas últimas semanas foi identificada uma nova estirpe de Covid-19, é o país mais afectado no continente, com 1,2 milhões de casos e 35 mil mortes.

Variante descoberta no Reino Unido circula em 25 países europeus

A nova variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido já foi detectada em pelo menos 25 países europeus, incluindo a Rússia, afirmou esta quinta-feira o director regional europeu da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em conferência de imprensa em russo, o belga Hans Kluge lembrou que o novo coronavírus, como todos, "muda com o tempo" e garantiu compreender o alarme pelo surgimento de variantes como a designada por B117, identificada em Setembro passado no Reino Unido.

Kluge defendeu que todos os países europeus devem aumentar esforços para apurar sequências genéticas de amostras do SARS-CoV-2 e trocar informações sobre elas.