Para Lula da Silva, que já disse que se vai recandidatar, numa resposta ao cerco judicial a que está sujeito por alegada participação em actos de corrupção enquanto Chefe de Estado, esta nova acusação, a terceira a que está sujeito, não é mais que a continuação da "farsa" para o impedir de se recandidatar em 2018.

A resposta de Lula ao apertar do cerco judicial veio através da sua página no Facebook onde diz que se trata de "uma nova etapa da farsa judicial movida pela Lava Jato contra o ex-Presidente"

Ainda na resposta concertada a esta nova acusação, os advogados do antigo Presidente do Brasil optaram por uma atitude mais dura, afirmando, igualmente nas redes sociais, que a decisão de Sérgio Moro trata-se de um "atentado ao Estado de Direito", pondo em causa a sua imparcialidade manifestando um "excesso de voluntarismo" que não encaixa na "impessoalidade que o cargo exige".

Nesta terceira acusação contra Lula, a partir do extenso processo de corrupção da "Lava Jato", que começou com os esquema criados a partir da petrolífera Petrobras e foi inundando a quase totalidade das grandes empresas públicas brasileiras, está em causa uma propriedade em São Paulo que alegadamente recebeu obras das duas construtoras, a Odebrecht e a OAS, que foram ressarcidas destas despesas sobrefacturando outras obras realizadas para a Petrobras.

O ex-Presidente mantém a sua posição de que está a ser alvo de uma campanha para o impedir de se recandidatar, tendo já sido condenado a uma pena de prisão de mais de nove anos numa sentença da qual recorreu.

Presidente Temer também a contas com a Justiça

Também o Presidente Michel Temer está a braços com a Justiça e a forma como vai ser envolvido depende de uma votação a ter lugar hoje, onde os deputados da câmara baixa do decidem se autorizam a acusação relativa a um crime de corrupção passiva em Junho.

O Presidente da República, no Brasil, e segundo a sua Constituição, só pode ser julgado se dois terços da câmara baixa o permitir.

Temer foi acusado pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, depois de ter sido conhecido um esquema que envolvia a multinacional das carnes JBS, nomeadamente sobre alegados subornos recebidos por troca de favores políticos.

Se os deputados aceitarem que Temer seja acusado, a sua saída do poder, pelo menos por 180 dias, fica dependente de o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar a denúncia.

No caso de ser condenado, são convocadas novas eleições.