De acordo com as autoridades locais, citadas pela imprensa congolesa, este massacre, cujo balanço é ainda provisório, foi realizado pelos Mai-Mai Mazembe, uma milícia criada há mais de duas décadas, como a generalidade dos grupos com a designação Mai-Mai, em colaboração com o Grupo de Defesa do Congo Nduma (NDC-Renovado).

As mortes foram provocadas por milicianos durante a noite de quinta para sexta-feira mas só agora foram conhecidas e confirmadas por representantes de ONG congolesas que foram ao local.

As fontes que relataram o massacre, segundo a Radio Okapi, dizem que os milicianos percorreram as casas de duas aldeias próximas de Kikulo, Mutanda, empunhando machados e outras armas brancas, decapitando homens e mulheres, tendo ainda levado com eles um número indefinido de pessoas.

As autoridades locais exigem a presença das forças de segurança na região para acabar com estes massacres, que se repetem ao longo dos últimos anos.

Recorde-se que as forças armadas da RDC (FARDC) contam com a colaboração de formas militarizadas da ONU, integradas na missão das Nações Unidas no país, a MONUSCO, para combaterem as dezenas de grupos de milicianos armados, incluindo guerrilhas oriundas de países vizinhos, como as FDC, do Uganda, ou a FLR, do Ruanda.

A denominação Mai-Mai é atribuída a quase todos os grupos de milicianos armados e criados nos Kivus, Norte e Sul, para alegadamente defenderem as suas localidades de ataques externos, na década de 1990, essencialmente por causa dos ataques de forças oriundas do Ruanda.

No entanto, a maioria destes grupos que se denominam Mai-Mai transformou-se em forças de ataque e de controlo de território, especialmente as áreas ricas e minérios, e são pagas e sustentadas ou comandadas por denominados "senhores da guerra" e constituem um dos grande problemas de segurança interna na RDC.