Com um número reduzido de casos, 63, e sem registo de mortes, a Namíbia é um dos países africanos menos exposto à pandemia das Covid-19, mas, mesmo assim, surgiu na discussão política no país vizinho a possibilidade de adiar as eleições de Novembro de forma a garantir que a ida às urnas não se transforme num factor de alastramento da infecção.

Notenja Tjipueja, o presidente da ECN, admitindo que a decisão ainda não está tomada, em declarações aos jornalistas, sublinhou que adiar as eleições pode não ser boa ideia, apesar de estar a ser defendida por alguns partidos políticos e analistas, convencidos que estão que a Covid-19 será um factor de dissuasão para as pessoas irem votar, se não ocorrerem melhorias substanciais no cenário nacional referente à doença.

Recorde-se que a Covid-19, em Angola, apesar de ligeiramente pior, com 183 casos e nove mortos, sendo igualmente um bom registo continental, está na linha da frente do quase garantido adiamento das eleições autárquicas que estavam previstas para terem lugar este ano.

Porém, na Namíbia, tal decisão ainda está suspensa de uma avaliação mais precisa, disse a presidente da ECN, porque, apontou em declarações aos jornalistas, tal decisão terá seguramente "muitas repercussões"

"É uma decisão muito séria, porque implica que quem ocupa agora os cargos que vão estar em disputa, poderão manter-se nesses mesmos cargos por um período de tempo indeterminado, exigindo isso ajustamentos legais", sublinhou.

E acrescentou que a ECN, neste momento, "mantém a afirmação de que tem condições mínimas para que as eleições tenham lugar", tendo sido igualmente essa a defesa de algus sectores namibianos, que enfatizam a importância das eleições para a consolidação da democracia no país, até porque já foi atribuído o orçamento para que as eleições ocorram a 25 de Novembro.