Os países em que se registaram as mais significativas melhorias foram o Ruanda, a Gâmbia, o Djibuti, o Essuatíni (antiga Suazilândia) e a Somália, onde os conflitos internos diminuíram de intensidade no período em análise, colocando o país na 158.ª posição no ranking global e retirando-o este ano do grupo dos cinco menos pacíficos do mundo, liderado pelo Afeganistão.

Em sentido inverso, as maiores cinco degradações do GPI ocorreram no Burkina Faso, Zimbabué, Togo, Serra Leoa e Namíbia.

O indicador relativo aos "conflitos em curso" degradou-se em termos médios em toda a região, devido fundamentalmente à deteriorações em 25 países, sendo que, entre estes, a escalada da violência foi mais acentuada no Burkina Faso, Zimbabué, Camarões, Mali e República Centro-Africana, assinala o relatório do Instituto para a Economia e Paz, que classifica 163 países (99,7% da população mundial) de acordo com 23 indicadores qualitativos e quantitativos de paz.

"A insegurança civil disparou no Zimbabué no início do ano, enquanto 14 províncias no Burkina Faso estão sob o estado de emergência devido a um crescente número de ataques por grupos extremistas, incluindo vários que atravessam a fronteira daquele país com o Mali", refere o estudo.

Mais "prometedora" é a assinatura de seis grupos armados da República Centro Africana no passado dia 09 de abril, num acordo de paz que pretende colocar um ponto final em mais de seis anos de conflito armado no país, acrescenta o instituto australiano.

O indicador relativo à segurança foi o que mais se degradou na região no ano passado entre os 23 indicadores qualificativos, ainda assim melhorando em 18 países. A previsibilidade de manifestações violentas aumentou significativamente em termos gerais, assim como o impacto do terrorismo. A taxa média de encarceramento subiu também, assim como a taxa de homicídios e a da perceção de criminalidade.

Em contrapartida, "melhorias nas fundações políticas para a paz podem ser o desenvolvimento mais prometedor registado em toda a região". A "escala de terror político", outro dos indicadores do GPI, melhorou em termos gerais, assente em reduções da violência de Estado em 14 países. E, no mesmo sentido, a instabilidade política melhorou em nove países, por comparação com uma degradação em sete estados, tendo os ganhos "mais substanciais" sido registados na Gâmbia, Angola e Gana, segundo o estudo.