"Fui caluniado, acusado de ser o rei dos corruptos. Chamaram-me toda a espécie de nomes", disse Zuma, logo depois da primeira audiência perante a comissão.

"Nunca respondi. Penso que é importante que nos respeitemos", acrescentou perante a comissão, que está reunida em Joanesburgo.

Zuma deverá responder às acusações de que generalizou a corrupção na administração governamental enquanto foi Presidente da África do Sul (2009-2018).

A comissão, presidida pelo vice-presidente do Tribunal Constitucional, Raymond Zondo, ouviu dezenas de ministros, deputados, empresários e altos funcionários da administração sobre os negócios considerados obscuros da era de Zuma no poder.

Zuma considera que aquela decisão judicial viola "o princípio da separação dos poderes", avança o texto do recurso citado pela imprensa local.

Este capítulo dos escândalos atribuídos a Zuma, no poder desde 2009, teve início há mais de um ano com a publicação de um relatório oficial muito comprometedor para o presidente.

O documento destacava o envolvimento de uma poderosa família de empresários, os Gupta, na gestão dos assuntos do Estado sul-africano, desde a nomeação de ministros à pressão para a obtenção de contratos públicos.

Nas conclusões, a autora do relatório, a provedora da República Thuli Madonsela, pediu a criação de uma comissão de inquérito, a mesma que agora está a ouvir o antido presidente sul-africano.

Zuma sempre recusou e tentou conseguir a anulação desse relatório através da justiça, mas um juiz de Pretoria, Dunstan Mlambo, rejeitou a sua pretensão e considerou que a sua abordagem não estava à altura do que se espera de um Chefe de Estado encarregado de apoiar as instituições democráticas.

O juiz determinou ainda que Zuma pagasse pessoalmente as despesas que resultaram da sua queixa.