Um dos exemplos mais paradigmáticos e próximos do quotidiano Angolano é Brasília, edificada a preceito como forma de deslocalizar o aparelho do Estado para longe das sobrelotadas urbanidades. No entanto, Brasília é bem mais do que a criação de uma cidade Ministerial. Representa a deslocalização do Poder Executivo para o interior do seu território, definindo uma afirmação de pertença efectiva ao lugar que se diz nação. Incontornável em face da afirmação de unidade nacional, revela-se em tudo distante a proposta agora apresentada para a secular Praia do Bispo. Gesto semelhante ao de Brasília seria apresentar a deslocalização dos ministérios para o Huambo, Kuito ou mais a Este, ou antes optar pela descentralização para todo o território.

Depreende-se assim que qualquer semelhança com o proposto Bairro dos Ministérios não passará de uma mera coincidência. O projecto para a Praia do Bispo revela-se a antítese à necessária gestão de uma extensão territorial de 1.246.700 km2, revelando a ausência de um plano que proponha a efectiva aproximação entre a estrutura de governo e a população que representa.

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