Para Angola, qual seria o modelo (sistema) educativo que garanta redução do risco racional, tendo como referência a política de Substituição das Importações (ênfase na produção interna)? Este modelo permite a transição para uma política, da Substituição das Exportações (oferta de produtos e serviço que incorporam tecnologia média/alta), que garanta ser eficiente?

A crise pandémica e, por consequência, económica/financeira, impõe limitações à mobilização de capital (humano e material), acentuando, de forma gravosa, as desigualdades a nível local, regional e global. Basta observar que as repostas são desproporcionais quando comparadas às diferentes regiões do mundo. Isto explica-se, por um lado, pelas políticas de educação e ciência, em que a vertente de Investigação & Desenvolvimento foi uma prioridade nestes países por décadas que lhes permite melhor preparo e eficiência. Por outro lado, foi dada a possibilidade aos seus cidadãos, desses países, de acesso às ciências informáticas que os coloca em vantagens relativas e comparadas (com tendência a agravar-se) face à evolução tecnológica.

Entendo que políticas de educação voltadas para inovação seriam uma via de ida com menor turbulência para suprir o atraso e dependência (económica e tecnológica). Por onde começar...? Num primeiro momento, adaptar e introduzir novos conteúdos, uma vez que muitos ainda são os herdados da época colonial, e concebidas as circunstâncias completamente distintas do século XXI.

Uma acção com profundidade nesse domínio permitiria veicular conhecimentos científicos e tecnológicos, aumentando assim as capacidades endógenas, que por certo iriam beneficiar acções em curso e imprimir um progresso ao desenvolvimento económico e social das regiões.

Este movimento à inovação não pode conceber-se sem que primeiro se dê o lugar que se impõe aos conteúdos científicos e tecnológicos, nos programas do ensino primário, secundário e superior. Por exemplo, num país onde as distâncias representam um tremendo obstáculo à comunicação entre homens e instituições, seria uma verdadeira aberração não utilizar a transmissão de imagem à distância para fins pedagógicos. Por outro lado, a percepção, acertada, que investimento substantivo na educação redonda em ganhos do ponto de vista das vantagens absolutas e comparadas é revelador.

Para um país que persegue crescimento sustentável, a lógica de alcance deve ser com o talento dos mais criativos e educação orientada para um emprego. Não descurando da cultura geral, deve imprimir-se, a todos os níveis, do primário ao superior. Justifica-se pelo facto de o sistema educativo, em grande parte, encontrar-se desfasado da realidade económica local. Notando com frequência, sobretudo, ali onde apesar dos enormes sacrifícios suportados pelo Estado e impostos às populações, os meios financeiros disponíveis para a educação e formação estão a curto e médio prazos condenados a dramáticas limitações.

Todavia, a aquisição e a criação de conhecimento, nos nossos dias, tornaram-se parte de uma indústria moderna e de um empreendedorismo evoluído que não devem continuar à margem.