Adão de Almeida disse no discurso de tomada de posse que "o Parlamento deve cumprir as suas responsabilidades no que diz respeito à conclusão do Pacote Legislativo Autárquico".

O sucessor de Carolina Cerqueira, que deixou o cargo sem que até agora se conheçam as razões, prometeu colocar o Parlamento angolano ao serviço do cidadão e "agir, sempre, com equilíbrio e isenção".

"Para reforçar a cidadania e colocar o Parlamento mais próximo dos cidadãos não somos diferentes. Não somos diferentes quando se trata de defender cada vez mais a justiça social, a melhoria contínua da qualidade de vida dos angolanos e a redução da pobreza", exprimiu.

Adão de Almeida considerou ainda positivos os progressos assinalados no órgão legislativos desde 2018 e observou que os extremismos já demonstraram não ser um bom caminho.

"Resta o caminho da convergência, do diálogo institucional, da colocação dos interesses dos angolanos acima de quaisquer outros", frisou, notando que não há democracias fortes sem instituições fortes.

Segundo Adão de Almeida, o alicerce do Parlamento é a sua condição e a razão de existência e de subsistência está na sua capacidade de representar materialmente os cidadãos e os seus interesses.

Num alerta sobre o contexto geoestratégico, o mais novo presidente da AN de sempre, aos 46 anos, sublinhou que Angola e o continente africano estão inseridos "numa aldeia global em reconfiguração acelerada" e que a ordem mundial das últimas décadas "já não mais existe"

Adão de Almeida alertou que as pretensões hegemónicas entre as grandes potências poderão agudizar-se o que pode levar ao surgimento de novas "novos muros" e por a descoberto novas assimetrias globais.

"A colonização que outrora se fazia com presença física pode assumir novas feições, passando a ser feita a quilómetros de distância", afirmou igualmente em tom de aviso, notando que as migrações e o desemprego são fruto relevante das novas dinâmicas planetárias.

"Estar atentos a esses fenómenos é essencial para que não tenhamos de travar, em breve, novas lutas contra as novas formas de colonização, mesmo que outros nomes lhes sejam atribuídos", disse.

"Não nos podemos cansar de erguer as nossas vozes a favor de uma reconfiguração da ordem mundial que reserve espaço digno para o sul global e assegure a defesa permanente e intransigente dos interesses do continente africano", acrescentou ainda citado pela Lusa.