No arranque dos três dias de trabalhos da IX edição das suas Jornadas Parlamentares, na quarta-feira, o presidente do maior partido da oposição insistiu naquele que é um dos grandes temas deste início do seu mandato à frente do partido, a garantia de que as eleições autárquicas têm lugar ainda este ano, e, para isso, exige que toda a legislação preparatória seja aprovada no Parlamento.

Em causa está a possibilidade cada vez mais comentada nos corredores da política nacional de que o MPLA e o Governo, o que já foi desmentido pela direcção do partido que Governa Angola desde 1975, pretendem protelar a realização das autárquicas devido ao momento complicado que a economia nacional atravessa, embora 2020 tenha sido o ano apontado em 2017 pelo Presidente João Lourenço para a realização das primeiras eleições locais desde a independência do país.

No mesmo discurso, Adalberto da Costa Júnior aproveitou para inserir uma antiga exigência da UNITA, que é a alteração dos símbolos nacionais porque estes se confundem, como é o caso da bandeira nacional, com os símbolos do partido no poder, o MPLA.

Citado pelo Jornal de Angola, Costa Júnior, no discurso inicial das Jornadas Parlamentares da UNITA, disse que "em Angola tem de haver símbolos que representem a vontade política de todos".

E acrescentou: "Angola continua a não possuir símbolos de unidade nacional, porque os nossos companheiros (o MPLA) trataram de auto garantir-se vantagens inexistentes em regimes democráticos".

E admitiu ainda que Grupo Parlamentar do seu partido tem pela frente "grandes desafios" para além das autárquicas e da alteração aos símbolos nacionais, apontando a alteração constitucional: "Para o corrente ano, o nosso grupo parlamentar vai ter enormes desafios e continuar a introduzir debates sobre a reforma do Estado, que tem como aspectos mais relevantes a revisão da Constituição, no que se refere ao sistema eleitoral, os excessivos poderes do Titular do Poder Executivo".

Mas é nas eleições autárquicas que incide uma das maiores apostas da UNITA porque, defende o seu presidente, "os sonhos dos jovens não podem ser adiados"

"Não podemos adiar o sonho dos angolanos, em 2020, porque será um passaporte para os dirigentes se manterem no poder, por isso, temos que trabalhar para que este processo tenha êxito", disse, citado pela Angop.

Neste discurso, Adalberto da Costa Júnior disse ainda que o seu partido vai apostar de forma clara no trabalho de proximidade com a sociedade civil para encontrar as "melhores e mais adequadas respostas para a defesa da transparência e boa governação" e também para melhor "fiscalizar" o processo de luta contra a corrupção.

Estas Jornadas decorrem sob o lema "Pela Cidadania Participativa e Desenvolvimento Inclusivo, 2020 Autarquias em Todos Municípios" e enre os pontos da agenda estão ainda "O combate à corrupção, causas, consequências e propostas de solução"; "Vantagens da implementação das autarquias"; e o "impacto do gradualismo territorial no desenvolvimento harmonioso do território, a experiência de Moçambique".