"Isto impõe-se porque é preciso sensibilizar os cidadãos e as instituições públicas e privadas para respeitarem as orientações das autoridades sanitárias. Estamos a passar por um período difícil e por isso é tempo de unirmos esforços para conter a propagação da pandemia", disse hoje ao Novo Jornal o dirigente da CASA-CE, Manuel Fernandes.

O também deputado adiantou que os esforços dos profissionais de saúde que estão empenhados na prevenção e nos cuidados precisam do apoio de toda a população.

O presidente do PRS, Benedito Daniel, disse que o momento que o mundo e Angola enfrentam com a pandemia de coronavírus exige uma série de medidas para reforçar a rede pública de saúde, dar mais informações à população sobre o Covid-19.

"A situação é preocupante. Países com sistema de saúde muito avançado estão a enfrentar graves problemas com Covid-19. Nós temos que trabalhar muito na mobilização da população para respeitar as instruções das autoridades", frisou.

A UNITA insiste que o combate à pandemia Covid-19 deve envolver a sociedade civil, governantes, população em geral e entidades religiosas para conter este mal que ameaça o planeta.

"O combate á pandemia no País é uma medida global. Por isso, todos devemos trabalhar para que a pandemia não se propague no território nacional", disse o líder do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka quando em Angola foi registado o 3º caso de infecção.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou na segunda-feira em Luanda que foi registado mais um teste positivo para coronavírus Covid-19 em Angola, passando o país a ter três casos confirmados, sendo o último o de um jovem de 23 anos de nacionalidade angolana proveniente de Espanha com passagem por Portugal.

Em conferência de imprensa, a ministra da Saúde adiantou que este terceiro caso de infecção pelo novo coronavírus Covid-19 foi confirmado na noite de Domingo e trata-se de um dos passageiros que chegaram de Portugal a 17 deste mês.

Este novo caso é de um jovem angolano de 23 anos que regressou ao país via Portugal depois de ter estado em Espanha, um dos países mais afectados em todo o mundo pela doença.

Os dois primeiros casos em Angola foram anunciados no passado Sábado, 21, e trata-se igualmente de dois cidadãos angolanos, com 36 e 38 anos, também eles provenientes de Portugal, país que conta já com mais de 2 mil casos de infecção confirmados e 23 mortos, sendo que só nas últimas 24 horas registaram-se nove mortos e mais 460 casos.

África conta actualmente com mais de 1600 casos confirmados, quase meia centena de mortos, não existindo registos de infecções apenas em nove dos 54 países do continente, que tem na África do Sul, com 402 casos, o mais afectado, seguindo-se o Egipto (327) e a Argélia (201) cerca das 17:00 de segunda-feira,23, como se pode verificar no site interactivo da Universidade John Hopkins, dos EUA.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.