O capital social que o Estado detém na Multitel é por via da PT Ventures (Sonangol), com 40%, Angola Telecom, com 30%, e Banco de Comércio e Indústria, com 20%.
Até 2022 está prevista alienação do capital de 195 empresas detidas ou participadas pelo Estado, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV) para "reestruturar e redimensionar o sector empresarial público" em Angola.
O Programa de Privatizações está alinhado com o Programa de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 e enquadra-se na Reforma das Finanças Públicas do Executivo.
Esta reforma tem em vista "a promoção da estabilidade macroeconómica, o aumento da produtividade da economia nacional e o alcance de uma distribuição mais equitativa do rendimento nacional", refere o decreto assinado por João Lourenço.
"Nesta perspectiva, a redução da participação do Estado na economia como produtor directo de bens e serviços e a promoção de condições favoráveis à iniciativa privada, ao investimento estrangeiro e a aquisição de 'know-how' e competências específicas devem ser as linhas condutoras da reestruturação e redimensionamento do sector empresarial público", refere o documento datado de dia 05 de Agosto de 2019, em que estavam listadas as 195 empresas para privatizar até 2022.
Desde 2019, já foram alienados para privados 14 activos, na maioria localizados na Zona Económica Especial Luanda-Bengo. De acordo com dados oficiais, estas vendas permitiram ao Estado arrecadar 31 mil milhões de kwanzas.
Entre os activos a privatizar constam os da Sonangol, Endiama e TAAG, os bancos de Comércio e Indústria, Angolano de Investimentos, Económico e Caixa Geral de Angola, bem como a empresa ENSA Seguros e a Bolsa da Dívida e Valores de Angola (Bodiva).
Estão também incluídas as vendas das participações na Aldeia Nova e Biocom, as fábricas Textang II, Satec e África Têxtil, nas cimenteiras Nova Cimangola e Secil do Lobito, nas cervejeiras Cuca, Eka e Ngola.
Prevê-se ainda a venda de participações nas empresas de telecomunicações Unitel, MS Telecom, Net One, Multitel, Angola Telecom, TV Cabo Angola, Angola Cables, Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola (ENCTA), Angola Comunicações e Sistemas (ACS) e Empresa de Listas Telefónicas de Angola (ELTA).
Outras empresas a privatizar são a Sonair (ramo aéreo da Sonangol), e a Sociedade de Gestão de Aeroportos (SGA, que substitui a Enana).
Para a construtora Mota Engil Angola, que também fazia parte desta lista, João Lourenço autorizou, por decreto, a privatização, por via de Oferta Pública Inicial (OPI), da participação social de 20% do capital detido pelo Estado.
Também esta semana, o Presidente assinou um decreto em que autoriza a privatização, por via de Oferta Pública Inicial (OPI), da participação social de 51% do capital que o Estado detém indirectamente na Sociedade de Distribuição de Combustíveis (Sonangalp).