Um grupo de pelo menos 1300 ex-trabalhadores da Brigada Especial de Limpeza (BEL), órgão afecto à Casa de Segurança do Presidente da República, diz ter esgotado quase todos os mecanismos legais de reivindicação contra o não-pagamento de uma dívida de mais de dois mil milhões de Kz - num litígio decidido em tribunal, com sentença a favor dos ex-funcionários - e pede a intervenção de João Lourenço, apurou o Novo Jornal.

O passivo refere-se à indemnização aos trabalhadores "mandados, em 2010, para casa sem explicação", tendo estes recorrido à Justiça e ganho a causa no Tribunal Provincial de Luanda (TPL).

"Já andámos por todas as instituições que nos podiam ajudar a resolver este litígio; estivemos na Assembleia Nacional, na Provedoria de Justiça, na Procuradoria-Geral da República e, inclusivamente, já estivemos no Tribunal [Provincial de Luanda], onde ganhámos a causa. Mas, oito anos depois, a Casa de Segurança nega-se a cumprir a ordem de um órgão de soberania. É por isso que queremos a intervenção do Presidente da República na resolução da nossa preocupação", apelam os ex-funcionários da BEL.

Informam que é a segunda vez que tentam apelar ao "bom-senso" do Presidente da República, depois de, em Abril de 2019, terem decidido escrever para João Lourenço, expondo o assunto que os inquieta.

No documento, lembram ao chefe do Executivo que a empresa havia sido criada no âmbito de um pedido formulado por antigos militares da Unidade de Guarda Presidencial (UGP), em Junho de 2002.

"Depois de oito anos de trabalho árduo e abnegado na remoção de amontoados de lixo na cidade de Luanda, o colectivo de ex-trabalhadores foi surpreendido com um ilícito despedimento", lê-se no documento dos reclamantes, enviado ao actual Presidente da República.

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