O esclarecimento foi feito esta sexta-feira, na página CIPRA - Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola, criada recentemente pela Presidência da República no Facebook.

No dia 30, o Governo enviou uma mensagem com o IBAN para onde os cidadãos podem transferir dinheiro em kwanzas como forma de apoiar o esforço nacional de combate à pandemia da Covid-19.

"Ajuda-nos a ajudar. Todos juntos na luta contra a Covid-19. Podes fazer a tua parte contribuindo em kwanzas para o IBAN AO06 0005 0000 5197 1631 1019 7 do MINFIN Tesouro Nacional. Governo de Angola", dizia a mensagem.

Logo depois as críticas surgiam, quer através de comentários nas redes sociais, quer mais formalmente, num comunicado enviado pela UNITA às redacções em que o maior partido da oposição demonstrava a sua "indignação".

"Devia ser o contrário, o Governo é que deve ajudar os cidadãos a superar as ingentes necessidades em abastecimento regular de água potável, energia eléctrica e em abastecimento de um pacote mínimo de alimentos básicos às famílias mais carenciadas dos meios suburbanos e rurais", escreveu a UNITA.

Na plataforma informativa, como é definida a página pela Presidência da República, concebida para se "estabelecerem canais permanentes de diálogo e comunicação entre o centro do Poder Político e os cidadãos", é explicado que desde que foi criada a Comissão Interministerial para a Prevenção contra a COVID-19 "vários cidadãos e empresas em Angola manifestaram, voluntariamente, o desejo de contribuir com o que estava ao seu alcance, desde dinheiro, medicamentos, bens alimentares e outros".

Tendo por isso, continua a Presidência na sua página, "a Comissão Interministerial entendido ser correcto aceitar essa ajuda solidária da sociedade, indicando por isso mesmo um número de conta bancária para as contribuições em dinheiro".

Mas a indicação do número de conta (pertencente à Direcção de Tesouro do Ministério das Finanças) e a posterior disseminação de uma SMS pelos utentes de telemóveis a solicitar ajuda aos cidadãos, criaram, segundo a CIPRA, "a percepção errónea de que o Governo estaria a cobrar dos angolanos uma espécie de tributo ou imposto para suportar os encargos da luta contra o vírus mortífero", esclarecendo a Presidência que "a entrega à Comissão Interministerial de "toda e qualquer forma de ajuda" para o apoio à luta contra o novo coronavírus da Covid-19 "resulta de uma atitude absolutamente voluntária dos cidadãos e empresas".