Este encontro entre Franck Paris e o Presidente angolano teve lugar na quarta-feira e serviu essencialmente para tratar da agenda da visita de Emmanuel Macron a Angola, sendo já certo que, para além de Luanda, o chefe do Governo de Paris vai deslocar-se a Malanje para a inauguração do Instituto Superior de Técnicas Agro-alimentares.

"A visita está a ser aguardada com muita expectativa, tanto do lado angolano, quanto do lado francês", afirmou Sylvain Itté, citado pelo JA.

A França, através da petrolífera Total, é um dos grandes investidores estrangeiros em Angola e no sector petrolífero, onde se concentra o seu principal negócio, é uma das multinacionais que mais está a investir no país, sendo ainda de referir o grupo Castle, no sector cervejeiro, onde é detentor, por exemplo, da Cuca.

Durante a visita de Macron a Angola deverão ser assinados vários acordos, especialmente na área da educação, porque, como disse o diplomata francês, "um dos pilares da cooperação com Angola é a formação dos jovens angolanos em áreas cruciais para o desenvolvimento do país, com ênfase para a agricultura, um dos temas que vai dominar a visita do Presidente Macron".

Recorde-se que João Lourenço esteve em visita oficial à França em Maio de 2018 (fotografia), que foi a sua primeira visita oficial enquanto, Chefe de Estado, a um país europeu, na qual ouviu do seu homólogo francês o apoio total às suas reformas políticas e económicas em Angola.

Logo no primeiro dia da sua visita, em Paris, Emmanuel Macron manifestou a Lourenço "todo o apoio às reformas".

"Dou todo o meu apoio às reformas iniciadas pelo Presidente Lourenço. A luta contra a corrupção, a facilitação de vistos para os empresários, homens de negócios ou assalariados e a reforma do quadro do capital da economia que permite limitar os constrangimentos e abrir a economia angolana a parceiros, investidores e actores económicos estrangeiros, a meu ver vão na boa direcção", afirmou Emmanuel Macron, citado pela Lusa.

O Presidente francês destacou que esse é o caminho para "melhorar o crescimento do país, criar mais oportunidades e mais emprego e acelerar a diversificação da economia que é indispensável nos próximos meses e anos".

As declarações foram feitas após a assinatura de quatro acordos de cooperação no domínio da Defesa, da Agricultura, da Economia e da formação de quadros, acordos que, no entender de Emmanuel Macron, "vão levar a um maior empenho da França" em Angola.

Emmanuel Macron indicou, por exemplo, que na sequência de um acordo assinado em Março desse ano, a Agência Francesa de Desenvolvimento previa investir, numa primeira etapa, 100 milhões de dólares no domínio da agricultura e dar uma subvenção de 500 mil euros para a identificação de novos projectos.

O Presidente francês também disse que foram assinados acordos no sector petrolífero.

Emmanuel Macron declarou-se "muito sensível" por João Lourenço "ter escolhido França para primeiro destino na Europa desde a sua eleição", manifestou-se "muito empenhado no reforço das relações entre França e Angola" e disse que se trata de uma "etapa suplementar para reforçar a cooperação em todos os domínios", incluindo o militar e de segurança marítima.