Decisões no quadro do combate à Covid-19 estão na base da cisão. Ministério da Saúde associa dois casos positivos da doença à clínica detida pela Casa de Segurança do Presidente da República e unidade sanitária refuta tal diagnóstico e atira-se contra várias medidas que têm sido tomadas pelo pelouro de Sílvia Lutucuta, considerando algumas das decisões susceptíveis de colocar em risco doentes com quadros críticos, soube o Novo Jornal.

"Com esta cerca sanitária imposta superiormente, ficam as preocupações próprias que uma cerca a uma unidade hospitalar pode acarretar, particularmente neste período crítico do ponto de vista sanitário. Estamos, por exemplo, preocupados com as possíveis consequências sobre a continuidade dos cuidados aos doentes, quer aqueles que estão internados na instituição, quer aqueles que pertencem aos grupos críticos, como os doentes dialíticos, que verão os seus cuidados limitados", refere uma nota de esclarecimento da clínica Multiperfil a que este jornal teve acesso.

No documento, a direcção da unidade hospitalar de direito público mostra-se igualmente insatisfeita com a decisão tomada pelo Ministério da Saúde de decretar uma completa cerca sanitária à clínica, considerando a posição excessiva.

"Vimos através desta nota informar aos funcionários da nossa clínica que se tomou conhecimento hoje, 30 de Maio, da decisão superior do Ministério da Saúde de decretar cerca sanitária da clínica inteira, ao invés da cerca apenas do primeiro piso, que está em vigor desde o dia 19 do corrente mês, em relação ao "caso 50"", observa a nota.

Em relação ao «caso 50» reside um outro ponto de «colisão» entre as duas instituições sanitárias. Fontes deste jornal avançam que a direcção da clínica Multiperfil acusa o MINSA de se ter negado, antecipadamente, a fazer o teste de Covid-19 ao paciente que viria a morrer após ter sido assistido na clínica sem que se tivesse dado conta da sua condição epidemiológica.

"A clínica pediu, com a devida antecedência, ao Ministério [da Saúde] para que testasse o paciente. O Ministério negou-se. Só mais tarde é que o fez, quando já este tinha sido assistido, durante vários dias, no nosso internamente, sem que soubéssemos que era portador do coronavírus", informam as fontes colocadas na clínica Multiperfil.

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