O Novo Jornal fez uma ronda pelos principais mercados de Luanda, Kikolo, Hoji-ya-Henda e São Paulo, onde foi possível verificar que os preços são instáveis, diversos e começam a subir significativamente dia após dia.
No mercado do São Paulo, por exemplo, uma embalagem de cadernos grandes que custava 4.500 kwanzas agora está a custar 4.800 kz, os médios passaram para 3.900 kz, antes eram 2.500 kz, e a embalagem de cadernos pequenos que se vendia entre 1.000kz a 1.500 kz, agora estão a custar entre 2.800kz a 3.000 kz.
Já no mercado do Kikolo, as unidades de cadernos estão mais acessíveis, uma embalagem de caderno grande de seis está a sair a 2.800 a 2.700, o médio de 10 está no valor de 2.000 kz e o pequeno estão a vender 1.500 kz.
O preço das caixas de lapiseiras são quase os mesmo nos mercados, variando apenas a qualidade e a marca, a Bravo, por exemplo, antes era 1.500 kz agora pode ir até aos 2.800 kz a ABC estão a vender a 1.500kz...
Quanto aos lápis, os normais que custavam 1.000 kz, passaram para 1.300 kz , os de cor vão de 1.300 a 1.800kz e a caixa pequena de 12 mantém-se a 500 kz, já o jogo de réguas de lata continua a sair a 700kz a 800kz nos mercados de Luanda.
As pastas também subiram, uma grande que vendiam a 7.000 kz, estão agora a custar entre 10.000 kz e 20.000 Kz (dependendo da qualidade), a média passou para 6.000 kz a 7.000 kz e as pastas pequenas está no valor de 4.000 kz, antes era 2.500 kz.
Quanto as batas de crianças dos cinco aos sete anos estão a custar 1.300kz, antes custavam 1.000kz, a bata para adolescente era 2.000 kz, está agora a sair entre 3.000 kz e 3.500 kz.
A vendedora ambulante de batas, Bernarda de Jesus, disse ao Novo Jornal que desde que os preços subiram, "os negócios já não andam bem e os lucros já não são os mesmos".
Esta disse ainda que, sustenta a família com o dinheiro das batas, mas nem todos são formados.
"Só tenho duas filhas que estudam, o resto estão em casa", lamenta a vendedora.
A viúva e mãe de sete filhos, vende batas há mais de 20 anos, começou na zona do "Arreio" do mercado do São Paulo e passou para o Shopping Kikolo, depois de o Governo Provincial de Luanda acabar com as vendas desornadas no São Paulo.
Faltando apenas uma semana para os alunos regressarem às aulas, após dois meses de férias, isso devia ser um motivo de satisfação para os encarregados de educação, mas alguns destes manifestam-se agastados com a subida dos materiais escolares.
Como é o caso da Tuna José Funje, mãe de quatro filhos, como contou ao Novo Jornal, "este ano gostou mais de 200 mil kwanzas em compras de materiais escolares", ressaltando que nos anos anteriores gastava apenas de 100 a 110 mil kz .
Já a Antónia Kiala, considera que os preços ainda estão estáveis, sobretudo os das pastas, realçando que "não há muita diferença com relação ao ano passado".
Graciana Joaquim disse que actualmente prefere fazer as compras dos materiais escolares um mês antes do início das aulas por ser mais barato e aponta ainda a subida desornada do preço como a principal causa.
"Estes cadernos que estão a vender 2800, na época normal comprei 2.200 kz", conta Graciana Joaquim.
Já a vendedora Luquénia Luís Quissola, explicou que nesta fase os preços dos cadernos e outros materiais, nos armazéns, estão a subir quase todos os dias, lamentando ainda ainda o facto de os lucros reduzirem significativamente. "Actualmente as coisas estão muito caras e está a dificultar nos lucros".
O ano lectivo 2025-2026 arranca no próximo dia 01 de Setembro em todo o território nacional, de acordo com o Ministério da Educação, o primeiro trimestre irá até 31 de Dezembro, o segundo vai decorrer de 05 de Janeiro a 10 de abril, e o terceiro vai de 13 de abril a 31 de julho de 2026.