Geralmente agem em grupo de quatro a seis pessoas e conduzem viaturas usadas no serviço informal de táxi, como a marca Toyota Hiace, popularmente conhecida como "quadradinho", e o Hiace Jinbei, vulgo "acaba de me matar". Nas paragens, com muita naturalidade, chamam os destinos das viagens. Depois de "lotarem" a viatura, seguem viagem. Ao longo da rota, o cobrador finge perceber alguma avaria no carro e procura consertá-lo. Enquanto os passageiros se distraem, os seus comparsas aproveitam entrar em acção e anunciam o assalto. Recebem os pertences das vítimas: valores monetários, telemóveis, carteiras e, algumas vezes, exigem a senha dos cartões multicaixas.
A reportagem do Novo Jornal ouviu vários relatos de pessoas que já sofreram nas mãos de falsos taxistas, como é o caso de Adnela Marques, de 24 anos.
"Ao subir a um candongueiro que fazia a rota Aeroporto-Zamba 2, queria sentar-me no último banco, mas foi-me comunicado pelo cobrador que o mesmo estava danificado e que deveria sentar-me ao seu lado. Sem desconfiar, aceitei. Depois de alguns minutos de viagem, ele anunciou que já não iria chegar ao Zamba 2 e que eu tinha de descer. Assim que desço, eles aceleraram a viatura. Daí, peguei outro táxi, e foi quando me apercebi de que tinha sido roubada. Levaram o meu telefone e todo o dinheiro que tinha acabado de levantar", explica.
À semelhança de Adnela, Conceição Maria e o seu filho também foram alvos de falsos taxistas. O facto aconteceu nas proximidades do Mercado do Trinta, no município de Viana.
"No sábado passado, pedi ao meu filho que me acompanhasse ao Mercado do Trinta para fazer as compras de casa. Quando chegámos à ponte do 25, o cobrador falava em códigos com o motorista e, de seguida, pediu para descermos todos do carro. Só depois de o carro arrancar, é que dei conta que levaram os 100 mil kwanzas que tínhamos para as compras. Fiquei desesperada e chorei muito", conta.
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