Em África, os países com os maiores aumentos de casos entre 2023 e 2024 foram a Etiópia (+2,9 milhões), Madagáscar (+1,9 milhões), República Democrática do Congo (+762.000), Angola (+420.000) e o Ruanda (+351.000). O Zimbabué destaca-se pela positiva, devido à redução dos casos em 76,6% (-487.000).

De acordo com o "relatório mundial sobre a malária 2025", cinco países - Nigéria (24,3%), República Democrática do Congo (RDC) (12,5%), Uganda (4,7%), Etiópia (4,4%) e Moçambique (3,6%) - foram responsáveis por quase metade de todos os casos mundiais em 2024.

Relativamente ao número de mortos, a OMS calculou em 610.000 o número global, tendo a região africana da OMS representado 95% das mortes globais (579.000).

Nigéria (31,9%), RDC (11,7%) e Níger (6,1%) foram responsáveis por metade de todas as mortes na região africana.

A OMS salientou ainda que a Argélia, Cabo Verde e o Egipto foram certificados como livres de malária e que o Ruanda, a África do Sul e o Zimbabué estão "no caminho certo para atingir o marco, em 2025, de pelo menos uma redução de 75% na incidência de casos de malária".

Por outro lado, as Comores, a Eritreia, Madagáscar e São Tomé e Príncipe tiveram aumentos na incidência de casos de 70% ou mais desde 2015.

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado no relatório, embora alguns países, como os do Sudeste Asiático, se mantenham no caminho certo para cumprir as metas globais, outros, particularmente em África, continuam a registar alta transmissão e mortalidade.

"Em 2024, os ministros da Saúde dos países africanos com elevada carga da doença assinaram a Declaração de Yaoundé [nos Camarões], reconhecendo o seu papel de liderança no aumento da resposta à malária em África", recordou.

Por outro lado, citou, os desafios mais urgentes são a crescente ameaça da resistência aos medicamentos antimaláricos, nomeadamente em África, onde se suspeita que haja, em vários países, resistência parcial à artemisinina (medicamento antimalárico) e o financiamento inadequado.

"Em 2024, estimamos que mais de 170 milhões de casos e um milhão de mortes foram evitados, graças, em parte, à utilização mais ampla de novas ferramentas, incluindo redes com duplo ingrediente e vacinas recomendadas pela OMS. Em Outubro de 2025, 24 países introduziram vacinas contra a malária nos seus programas de imunização de rotina", concluiu o director-geral.

A OMS está dividida em seis regiões de trabalho, nomeadamente a africana.