Segundo foi possível observar no Aeroporto Internacional 04 de Fevereiro, logo nas primeiras horas do dia de hoje, centenas de passageiros estavam a recusar seguir para quarentena, como, de resto, vários vídeos espalhados pelas redes sociais confirmavam.

Isto, porque, alegadamente, um pequeno grupo de passageiros foi alvo de tratamento privilegiado face aos restantes, como vários passageiros afirmam em vídeos divulgados nas redes sociais, e, por isso, oposto resistência à deslocação para os centros de quarentena criados para estas situações, como aconselha a Organização Mundial de Saúde (OMS).

No entanto, um oficial da Polícia Nacional em serviço à segurança do Aeroporto 4 de Fevereiro, garantiu ao Novo Jornal, no local, que não corresponde à verdade qualquer tratamento anormal a passageiros chegados de Portugal.

O oficial da PN garantiu ainda que, sem excepções, todos os passageiros tiveram o mesmo tratamento.

Porém, um dos passageiros provenientes de Lisboa foi o político Abel Chivukuvuku, que conseguiu deixar o aeroporto através de uma autorização especial, igualmente concedida a outros altos funcionários do Governo, soube o Novo Jornal no local.

Em declarações ao Novo Jornal, Chivukuvuku lametou a forma "desorganizada" como o Governo está a lidar com esta situação, porque as pessoas que estão a chegar hoje a Luanda não deviam ter sido surpreendidas desta forma.

O Novo Jornal soube ainda que os passageiros dos dois voos, de LIsboa e Porto, foram colocados numa sala única enquanto aguadam que seja encontrada uma solução ao abrigo das actuais disposições anunciadas pela Comissão Interministerial para a Resposta à Pandemia do Coronavírus liderada pela Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

Foi ainda possível perceber que estão a ser abertas excepções para vários passageiros, para além dos quadros do Estado.

Portugal, Espanha e França entram na lista de países com entrada restrita em Angola devido ao coronavírus Covid-19, tendo o Ministério da Saúde decretado a quarentena obrigatória, de, no mínimo, 14 dias, para cidadãos nacionais ou residentes estrangeiros que tenham estado nestes países.

Esta é uma das medidas decididas pela Comissão Interministerial para a Resposta à Pandemia do Coronavírus, que se reuniu hoje em para avaliar as medidas de Prevenção e o Plano Nacional de Contingência para o controlo da Pandemia COVID-19.

Os voos provenientes de Portugal, dois diariamente, não estão proibidos a partir de Portugal, porque, como revelou o primeiro-ministro português, António Costa, nas últimas horas, no âmbito das medidas locais de contenção da pandemia, os PALOP estão entre os países excepção no que toca a ligações aéreas.

O cancelamento destes voos por decisão das autoridades angolanas, apesar de estar já a ser anunciado em alguns media, ao Novo Jornal, o porta-voz da TAAG disse apenas que esse assunto está a ser analisado esta manhã.

O Novo Jornal está a tentar obter explicações mais alargadas junto da TAAG.