Com os dois casos registados sem que se conheça a origem da infecção, Angola passa a contar com 33 doentes que podem ter sido contaminados naquilo que se chama transmissão comunitária, ou seja, cuja infecção não está relacionada com contactos de pessoas que chegaram ao País do estrangeiro ou de contactos com ligações a este tipo de casos, embora oficialmente não tenha ainda sido confirmado esse tipo de transmissão.

A morte registada, que faz com que o País tenha agora 11 óbitos, avançou Franco Mufinda, é de um rapaz de 24 anos que tinha um quadro clínico anterior de gravidade elevada e foi registado na sequência do rastreio aos bancos de urgências.

Os oito casos das últimas 24 horas são de pessoas com idades entre os 3 e os 61 anos, sendo seis femininos e dois pacientes masculinos.

Angola tem agora 267 casos, com 199 de transmissão local, 11 mortos, 93 recuperados e 163 activos, entre estes seis considerados em estado crítico.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.