O secretário de Estado para a Saúde Pública, na actualização diária relativa à Covid-19 em Angola, especificou ainda que foram registados mais dois óbitos, somando agora 15.

Os novos casos são de duas mulheres e cinco homens com idades entre os 19 e os 84 anos.

Franco Mufinda explicou detalhadamente os critérios definidos para que as autoridades procedam à declaração de transmissão local, sendo que esta fica pendente de o país ter registados uma centena ou mais de contágios sem cadeia de transmissão conhecida.

Com a soma dos sete casos nas últimas 24 horas, Angla passa a ter 291 infecções confirmadas, 13 mortes, 97 recuperados, mais quatro que na terça-feira, e 179 activos.

Recorde-se que os especialistas estão a admitir que, face ao somatório dos casos por determinar o seu vínculo epidemiológico, as autoridades nacionais deveriam avançar para a confirmação de que a transmissão comunitária é já uma realidade em Angola.

A diferença essencial entre a transmissão local e comunitária, é que na primeira, as infecções resultam de contactos com pessoas que chegaram do exterior ou com casos que resultam de contactos com estes pacientes, enquanto na segunda situação, a transmissão comunitária, o vírus chegou ao paciente por estar a circular sem cadeia de transmissão conhecida na comunidade, existindo um risco substancialmente acrescido de contágio.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.