De acordo com a ministra, o primeiro caso, de uma criança, é um contacto directo de um indíviduo, de 36 anos, que também testou positivo e mantém sintomas moderados.

O terceiro caso é de uma mulher de 66 anos, admitida no Hospital Central Militar ontem à noite com agravamento de um quadro respiratório, que veio a falecer três horas depois.

Com estes três novos casos, Angola contabiliza 186 infectados. Desde o início da pandemia já morreram dez pessoas. Permanecem 99 casos activos e 77 foram considerados recuperados.

Até ao momento existem 57 casos importados, 120 casos de contaminação local e nove casos com vínculo epidemiológico desconhecido.

A ministra disse ainda que, ao contrário do que estava previsto no decreto conjunto dos Ministério da Saúde e do Interior, a abertura dos locais de culto e de cerimónias religiosas fica adiada nas províncias de Luanda e do Kwanza Norte devido ao aumento de casos nas últimas semanas.

Entretanto, a Lusa escreve que as viagens para Angola vão ser feitas "por etapas" para "proteger o país", segundo a ministra da Saúde.

"Não queremos continuar a importar mais doença. Nós estamos na situação em que estamos por importação, porque o foco veio de fora", afirmou Sílvia Lutucuta, em conferência de imprensa, quando questionada sobre a necessidade de testagem imposta aos viajantes, de acordo com o decreto 180/2020 que regula as viagens de e para Luanda, a partir de 30 de Junho.

Sem esclarecer se a data prevista para a abertura da fronteira aérea se vai manter, Sílvia Lutucuta ressaltou que "tudo o que está no decreto depende da evolução epidemiológica".

Quanto à testagem "é uma boa medida" para garantir que quem chega de avião "não vem contaminado", tendo um período adicional de quarentena para salvaguardar qualquer possibilidade de contágio posterior no trajecto.

Segundo a agência de notícias, a ministra revelou que têm sido feitos voos humanitários, transportando de regresso angolanos que se encontravam no Zimbabué e na Zâmbia, "em breve" chegarão da África do Sul, depois da Turquia, sem mencionar Portugal, onde se concentram a maior parte dos cidadãos que querem voltar a Angola.

"Depois veremos como vamos gerir os cidadãos que estão noutros países. Tem de ser por etapas, temos de ver quais são as nossas condições", disse a ministra, acrescentando que as pessoas têm de ser colocadas em quarentena institucional porque é esta medida "que resolve o problema" da contenção dos casos importados de covid-19.

Quem regressa tem de "vir por grupos, tudo bem organizado", diz a ministra.

"Começamos pelos grupos mais pequenos, os grupos mais vulneráveis e é assim que estamos a dar o tratamento a nível da comissão multissetorial" para resolver o problema dos cidadãos que se encontravam em situação difícil nesses países, pormenorizou.

A ministra assinalou que os regressos têm de ser faseados pois não é possível fazer todos os dias "vários voos com 1.000 pessoas", sendo necessário haver locais para acomodar os viajantes que chegam de países com circulação comunitária do vírus e que terão de fazer quarentena.

"Temos de proteger o nosso país", reforçou, reiterando que as fronteiras ainda não estão abertas.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.