A vacinação, que é feita via oral, tem sido a principal arma contra a pólio, doença que as Nações Unidas pretendem erradicar nos próximos anos, mas este ano o plano de vacinação em África está a ser condicionado pela emergência do novo coronavírus.

A campanha 2020 da erradicação da pólio vai ficar suspensa pelo menos até Julho, o que constitui um risco acrescido da ocorrência de surtos.

Peante este cenário, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não tem dúvidas de que o número de casos vai aumentar.

O chefe do departamento de combate à pólio da OMS, Pascal Mkanda, disse isso mesmo, citado pelo The Guardian, ao admitir que este atraso no plano de vacinação vai gerar condições para o recrudescimento de casos desta doença provocada pelo poliovírus e passa de pessoa a pessoa através de fluídos corporais, alimentos e água, provocando, entre outras consequências, a paralisia grave, afectando sobretudo crianças até aos cinco anos.

Os casos de pólio já começaram a emergir em alguns países, como é, para já, o caso do Níger, com duas situações directamente relacionadas com a falta de vacinação atempada.

O vírus selvagem é uma das maiores ameaças no que diz respeito ao ressurgimento desta doença, embora esta possa resultar igualmente de uma derivação do vírus amenizado utilizado na produção das vacinas.

Em Angola a doença continua a registar dezenas de casos anualmente, tendo, em finais de 2019, o país sido colocado numa lista referente à África subsaariana com casos resultantes do próprio programa de vacinação.