Face a este cenário, este responsável adiantou que a administração tem em cima da mesa um projecto para legalizar o fornecimento de água às casas que consumem água de forma ilegal.

"Este projecto é para legalizar a situação dos munícipes que se encontram nestas condições e para mostrar como exemplo de como este tipo de problemas se pode resolver", adiantou Pascoal Fortunato.

Nesta senda, apenas 5.549 casas no Palanca têm a situação legalizada e o distrito de momento conta com nove fontanários, cinco em funcionamento e quatro avariados devido à falta de manutenção.

"Os fontenários já instalados há mais de 14 anos e nunca foi feita manutenção nos mesmos, e muitos deles têm problemas de higiene" disse

Actualmente o Distrito do Palanca observa um número elevado de rupturas de condutas de água e não conta com um Centro de Distribuição de Água (CDA), dependendo da distribuição do Cazenga e do Golf.

O porta-voz da área técnica do Palanca admitiu ao NJOnline que a administração não tem feito muito para lidar com esta problemática da água, mas garantiu qie já estão a ser criados planos concretos para resolver os problemas identificados.

"Estamos a elaborar um plano para resolver a situação da água. O objectivo é fazer com que os fontanários sejam reactivados", afirmou.

A voz dos moradores

Nelma Gonçalves, moradora do Palanca há mais de 10 anos, considera que está prática constitui um acto criminoso e cria problemas acrescidos aos moradores que não o praticam.

"Um morador não pode e nem deve fazer ligação de água sem licença da EPAL, porque isso consiste numa acção criminosa e põe a comunidade em desvantagem", referiu

Por outro lado, a jovem Inês António residente daquele bairro, salientou que se os munícipes têm executado está actividade de maneira ilícita, a falha é do governo que não cumpre com o projecto "Água para Todos" como prometeu.

"A culpa é do governo, que não põe água em todas as casas do Palanca, porque nos países mais organizados o problema da água e energia já deixou de ser um bicho-de-sete-cabeças, mas nós em Angola com tantos recursos hídricos, passamos por muitas dificuldades que nem deviam existir mais", afirmou.

"Enquanto o governo não executar na íntegra o projecto `Água para Todos", eles não vão parar de fazer ligações ilegais, e é com razão", declarou a jovem Inês António, insatisfeita com a postura do governo angolano.

O projecto "Água para Todos" é um plano do governo angolano que visa assegurar o abastecimento de água a 80% da população rural de Angola, foi criado em Julho de 2007, teve a sua fase inicial no 2º Semestre de 2007, nas províncias Bengo, Benguela, Cabinda e Uíge, posteriormente em Luanda (em 2012), e em 2014 o processo alargou-se a todo o País.