A geografia que concentra maior número de espécies de plantas africanas naturais de áreas tropicais está desenhada neste estudo como englobando as florestais tropicais da África Ocidental e as montanhas da Etiópia, embora toda a área que contem florestas tropicais, como é o caso do norte de Angola, tenha sido alvo deste estudo revelando igualmente sérias razões para inquietação, como, por exemplo, o deixa igualmente claro a ameaça de em duas décadas o país deixar de ter florestas virgens devido ao aceleado desmatamento, queimadas e exploração intensiva de madeiras.

Essas são igualmente algumas das ameaças mais sérias que contribuem para estes números alarmantes agora revelados, acrescentado a urbanização de áreas florestais para a construção de complexos turísticos, mineração, etc.

No global, os autores desta alagada pesquisa científica, que recorreram a um novo algoritmo para o efeito, dizem que um terço de todas as plantas tropicais nas áreas abrangidas estão a um passo de desaparecerem para sempre da face do planeta.

Como acrescento de importância para esta trabalho levado a cabo pelos cientistas do IRD, sublinhe-se que as plantas são a parte da natureza menos estudada. Enquanto os animais estão bem detalhados na Lista Vermelha - Red LIst - da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), com 86 por cento das espécies estudadas, no que toca às plantas apenas 8% foram analisadas deste ponto de vista.

Gilles Dauby, um dos cientistas autores do estudo do IRD, disse, citado pelas agências, que este estudo pode ajudar a IUCN a melhor detalhar a sua Red List de espécies de plantas em sério risco de desaparecimento.

Outra mais valia deste estudo resulta do facto de ser agora mais evidente que a investigação mais recente que o antecedeu tende a estar subestimada ao apontar para "apenas" 570 espécies de plantas extintas desde a revolução industrial, que terminou em meados do século XIX.

De acordo com o agora revelado, nas áreas abrangidas pela pesquisa do IRD, 17% das espécies estão em risco e 14% em vias de entrar na lista das que estão ameaçadas, num total de 7 mil espécies.

Para além de mostrar a urgência de medidas globais que impeçam a humanidade de deixar de contar com este manancial gigantesco de potenciais ajudas na descoberta de novos medicamentos, da sua importância para o equilíbrio ambiental e para outras espécies, incluindo animais, desde os insectos aos mamíferos, o IRD nota que fica demonstrada a urgência de serem levados a cabo estudos mais pormenorizados e localizados numa determinada área geográfica para depurar estas conclusões.