Desde domingo que os técnicos da Fundação Barraquer, liderados pela própria presidente da instituição, Elena Barraquer, estão a realizar consultas, num número que deverá rondar as 500, para determinar cerca de 250 pacientes que vão ser submetidos a um tratamento inovador, uma cirutgia não invasiva, a esta doença, uma das principais causas de cegueira em África.
Os especialistas angolanos vão ser formados na clínica que a Fundação Barraquer tem em Barcelona, Espanha, com todo o processo suportado por esta, cabendo ao estado angolano apenas o pagamento das deslocações.
Esta é a 4ª vinda da equipa de Elena Barraquer a Angola e é financiada por duas instituições privadas, a Oshen Healthcare e a ABO Capital.
As intervenções cirúrgicas começam a ser realizadas hoje terminam na terça-feira, amanhã. O seguimento dos pacientes ficará a cargo de médicos angolanos com acompanhamento da Fundação.
O mesmo procedimento já foi seguido nas anteriores intervenções, em 2014 e 2015, tendo Fundação Barraquer já realizado mais de 4 000 consultas e 1 073 intervenções cirúrgicas às cataratas, proporcionando milhares de óculos aos seus pacientes.
Estas intervenções contemplam o recurso a tecnologias inovadoras, como, entre outras, a aspiração da catarata "através de uma cânula", tornando os procedimentos médicos "mais eficazes" e curtos, para além de pouco evasivos, podendo os pacientes verificar os resultados meia hora após a cirurgia.
A Fundação Barraquer foi criada em 2003, por Joaquin Barraquer e os seus filhos, Elena e Rafael, com objectivo de resolver problemas oftalmológicos entre os mais carenciados e desfavorecidos e em zonas deprimidas do mundo.
No mundo inteiro, esta fundação espanhola, desde 2003, já realizou uma centena de expedições em países pobres, mais de 1350 cirurgias e apoiou diversos programas de investigação e de cooperação internacional neste universo da oftalmologia.
As cataratas podem ter diversas causas, incluindo genéticas ou surgirem em consequências de outras patologias bem como a toma de certo tipo de medicamentos, mas, quando surge precocemente, em jovens, a qualidade da alimentação, como é o caso em Angola, tende a ser uma das pricipais razões para o seu surgimento.
Elena Barraquer, ouvida sobre esta realidade, disse que a sua fundação pode apenas resolver o problema no imediato, porque uma solução duradoura só pode resultar da acção dos angolanos, tendo em conta que as condições de vida e alimentares são importantes para diminuir o impacto da doença, que é responsável por milhões de casos de cegueira em todo o mundo.