O levantamento da greve só foi possível após cinco horas de negociações com o governador provincial de Luanda, Sérgio Luther Rescova, que se deslocou ao local para acalmar os ânimos dos mais de 300 trabalhadores da ELISAL que se encontravam em frente à sede da empresa a reivindicar o pagamento do mês de Setembro e melhorias de condições laborais.

Sérgio Luther Rescova reuniu de emergência com a comissão sindical de trabalhadores e a comissão de gestão da empresa, para juntos encontrarem uma solução que pusesse término às constantes paralisações.

No final do encontro, o governador de Luanda e a comissão de gestão da ELISAL, coordenada pela vice-governadora para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Elisabeth Rafael, que tem na sua posse o caderno reivindicativo dos trabalhadores, não prestaram declarações à imprensa.

Já Ventura Luciano, 1º secretário da comissão sindical da ELISAL disse, no final da reunião, que foi produzido um memorando de entendimento que o responsável pela gestão da província de Luanda assinou, e em que se compromete a pagar os salários de forma regular nos dias 31 de cada mês.

"Vivemos com sucessivos atrasos salariais desde 2014, e a nossa luta é tentar reduzir os atrasos. E ficou acordado, segundo o governador de Luanda, que nos dias 31 de cada mês pagam os vencimentos dos funcionários", disse o responsável da comissão sindical, que acrescentou: "vamos ver se, na prática isso vai acontecer".

Questionado pelo NJOnline sobre o que acontece caso o GPL não cumpra o acordo, Ventura Luciano respondeu que os trabalhadores irão paralisar outra vez, só que, desta vez, de forma demorada.

Ventura Luciano disse ainda que as partes acordaram que os funcionários que se encontram doentes e a quem a empresa descontava 60 por cento do ordenado já vão poder ver a situação normalizada nos próximos meses.

"Dissemos que muitos desses colegas sofrem de doenças profissionais. Assim ficou acordado que não haverá descontos", acrescentou.

Para além do pagamento dos salários de forma irregular, a falta de condições de trabalho e de assistência médica aos profissionais motivaram a paralisação de ontem, na empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda.

A ELISAL tem responsabilidades atribuídas para a manutenção do aterro, assistência técnica dos municípios, bem como a operação na limpeza e recolha dos resíduos sólidos no município do Cazenga.