A auditoria interna às contas do CPPPN visa sobretudo o período anterior à chegada da actual direcção, empossada em 25 de Setembro de 2019.

"Encontrámos os cofres do Cofre completamente vazios, sem nenhum kwanza, temos agora alguma poupança, muito pouca, nada de relevo, mas que a seu tempo vai aumentando", afirmou Domingos Jerónimo.

O actual presidente da instituição diz que a sua direcção encontrou o CPPPN "totalmente endividado, quer com a banca quer com outros credores".

"Todo o património do Cofre, inclusive o edifício onde se situa a sede da instituição está hipotecado à banca", referiu.

Entre os "incumprimentos" estão a "não atribuição", desde 2015, de subsídios por morte e pensões de reforma aos associados, a promessa não cumprida com sócios para atribuição de residências.

"Mas não receberam, até a data, as respectivas residências. Depósitos que não foram efectuados nas contas do Cofre, mas sim em contas estranhas à instituição", explicou.

Situação que "tem obrigado a actual direção a renegociar com os sócios lesados, em alguns casos têm sido feitos reembolsos", afirmou.

Em consequência dos empréstimos contraídos pela anterior direcção do CPPPN, uma semana depois de a nova gestão tomar posse, o banco BIC, "sem qualquer notificação", mobilizou "coercivamente" os depósitos a prazo aí domiciliados, explicou o responsável, revelando que o valor mobilizado por este banco ascende a cerca de 1 milhão de euros e 5 milhões de dólares americanos.

Domingos Jerónimo referiu as "várias irregularidades" dos seus antecessores, numa conferência de imprensa em que fez o balanço dos 100 dias de actividades desenvolvidas desde que tomou posse, informando que a nova direcção reestruturou o quadro orgânico e do pessoal e "dinamizou" o processo da pensão da reforma complementar e subsídios.

"Algo que não se fazia há vários anos. Retomou-se o processo de concessão de apoio social aos associados, um direito que havia sido banido pela direcção cessante e está em curso o processo da regularização das nomeações dos representantes", salientou.

O Cofre de Previdência do Pessoal da Polícia Nacional, criado em 1933 para assegurar a protecção social especial e complementar aos seus sócios e suas respectivas famílias tem mais de 120.000 associados.