Aos 73 anos, e depois de 37 na presidência da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema parece determinado em reforçar o estatuto de Presidente africano há mais tempo no poder.

Na corrida para mais um mandato de sete anos, o Chefe de Estado parece ansioso em celebrar mais uma vitória: sem justificação oficial, Obiang antecipou para hoje as eleições, que deveriam ocorrer apenas em Novembro.

A mudança do calendário eleitoral não é vista com bons olhos pela Frente da Oposição Democrática (FOD), coligação que reúne os principais partidos da oposição na Guiné Equatorial e que, a 23 de Março, apelou ao boicote das presidenciais, considerando estarem reunidas todas as condições para "fraudes".

Num clima de desconfiança e de troca de acusações, a campanha eleitoral terminou ensombrada, na madrugada da passada sexta-feira, por incidentes envolvendo apoiantes da oposição - alguns deles feridos e outros detidos - e militares fiéis ao regime de Obiang Nguema.

No poder desde 1979, onde chegou através de um golpe de Estado, Obiang recandidata-se a novo mandato, à frente de uma coligação de uma dezena de forças políticas, entre elas o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), de que é líder.

Os candidatos que defrontarão o presidente cessante são Bonaventura Monsuy Asumu, do Partido da Coligação Social Democrata (PCSD), Carmelo Mba Bakale, da Acção Popular da Guiné Equatorial (APGE), Avelino Mocache Mehenga, da União do Centro Direita (UCD), e três candidatos independentes, cujos partidos ainda não foram legalizados, Agustin Masoko Abegue, Benedicto Obiang Mangue e Tomas Mba Monabang.

O regime de Obiang Nguema é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos devido à repressão dos opositores, da sociedade civil e dos meios de comunicação social, assim como pela extensão da corrupção.

As críticas rodearam de polémica a entrada da Guiné Equatorial a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, consumada em Junho de 2014.