Segundo as autoridades locais, não faz sentido a população continuar a vender ao longo da via pública quando os mercados locais construídos pelo Governo continuam vazios.

Próximo do local onde, esta sexta-feira, serão retirados os vendedores, existe o mercado municipal de Viana, no KM 12, no distrito da Estalagem, com a capacidade para albergar 3.000 vendedores que está "completamente vazio".

Segundo apurou o Novo Jornal, o mercado, que tem bancadas com armários, armazéns, câmaras frigoríficas, creche e lugar para bancos e restaurantes, até ao momento não está a ser utilizado pelos vendedores, que alegam conseguir vender melhor nas ruas.

Segundo algumas zungueiras, as medidas das autoridades, que visam a remoção dos vendedores das ruas, não têm surtido efeito, uma vez que os próprios ficais "são responsáveis pela violação das ordens".

"Esta não será a primeira vez que vamos ser retirados daqui. O problema está com os fiscais, que são aliciados pelos vendedores para retornarem outra vez ao mesmo local", denunciou a vendedora Maria de Lurdes Chaves.

As zungueiras expressaram o seu descontentamento, questionando a falta de comunicação sobre a sua retirada neste local.

"Não fomos informados e hoje fomos surpreendidos com esta medida", reclamou Rosa Salomão, uma das vendedoras neste mercado.

Para o sociólogo Ramos Diengo, as medidas das autoridades têm provocado a resistência dos vendedores, que não se mostram disponíveis para abandonar os locais não aconselháveis para a prática de actividades comerciais.

"A situação ilustra os desafios enfrentados pela administração municipal na gestão do comércio informal e a busca por soluções que atendam tanto às necessidades das vendedoras quanto à de saúde pública", referiu Ramos Diengo.