De 28 anos, Cláudio Fernando Kiala fundou e dirige desde 2018 a Soba e-music, uma plataforma digital de venda e distribuição de música e/ou CDs. Para obter os produtos, os interessados precisam apenas de criar uma conta no aplicativo disponível no site www.soba-store.com, adquirindo, assim, um número de cliente que, por sua vez, poderá ser usado para o pagamento em qualquer terminal de pagamento automático (TPA).

Para a compra de uma música, os interessados desembolsam de 70 a 100 kwanzas, sendo que o preço dos pequenos vídeos variam de 500 a 200 kwanzas. Já os artistas, para terem os seus trabalhos disponíveis da Soba e-music, assinam um contrato com a plataforma e passam a receber um total de 70% do valor de cada produto vendido, enquanto a Soba e-music fica com os restantes 30.

Com mais de 100 artistas já cadastrados, entre angolanos e moçambicanos, a Soba e-music é mais procurada sobretudo por rappers. "Quando nós começámos, o comércio electrónico era uma coisa nova, as pessoas não sabiam se funcionaria ou não", analisa Cláudio Kiala, que minimiza o facto de o projecto ainda não originar rendas que lhe permitam viver apenas deste trabalho.

"Estamos nos primeiros passos, não há ganhos imediatos. É o momento de marcarmos terreno para o que vem adiante", explica Kiala, que revela ter uma receita mensal de entre os dois e cinco milhões de kwanzas, se contabilizados os 70% que costumam ficar com os artistas.

Conhecido nas lides musicais como CFK, o jovem empreendedor entende, todavia, que os valores arrecadados "poderiam ser melhores", visto que o país tem muitos artistas que ainda não «viraram as baterias» para o digital.

A Soba e-music está inserida numa plataforma mãe, a Soba store, que por sua vez realiza todo o tipo de venda digital, da mercearia à literatura.

Nestes tempos da pandemia do novo coronavírus, CFK admite ter havido um aumento na procura pelos produtos por parte do público, mas lamenta que não seja coisa "tão estrondosa assim". O artista estima em 7% o novo registo de procura.

Prejudicados pela Codiv-19

Os jovens Pedro Rodrigues e Ataly Muchinenu actuam praticamente no mesmo «circuito» que CFK, embora com diferença nos métodos e propósitos. Pedro Rodrigues, por exemplo, é o director e fundador da Ditox Produções, uma plataforma digital que se dedica à divulgação e promoção de conteúdos multimédia (videoclipes e música).

A funcionar há quase 12 anos, a organização alargou recentemente o seu core business, cobrindo casamentos e outros eventos com vista a disponibilizá-los via online.

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