As crianças até aos cinco anos estão a ser obrigadas a pagar bilhetes de acesso, tal como os adultos, e ao mesmo preço, para o espanto e surpresa de todos, soube o Novo Jornal.

Na abertura do Afrobasket, isto no dia 12, as crianças até aos 12 anos tiveram acesso livre, mas no dia seguinte a organização passou a exigir também bilhetes às crianças, bilhetes esses que variam entre 1.000 kz e os 45.000 kz.

Sobre o assunto, a comissão organizadora angolana do Afrobasket, quando contactada pelo Novo Jornal, remeteu-se ao silêncio.

No final-de-semana, no pavilhão multiusos do Kilamba, o Novo Jornal constatou este facto e conversou com alguns pais e adultos que foram assistir a uma partida do Afrobasket.

Os adultos, na sua maioria pais, viram-se surpresos quando a equipa de segurança passou a exigir também a apresentação dos bilhetes de acesso dos menores.

Como muitos outros adeptos que se deslocaram com os filhos ao pavilhão multiusos do Kilamba, Eduardo Vaz comprou um bilhete e levou o seu filho de três anos para assistir ao jogo entre os Camarões e Madagáscar, quando foi interpelado e obrigado a comprar também o bilhete do pequeno.

"Fiquei surpreso com essa situação! Nunca soube que numa partida desportiva como a de basquetebol as crianças também pagassem tal como os adultos, isso é um absurdo", contou.

Sem alternativa, Eduardo Vaz teve que comprar um bilhete para o seu filho porque queria ver o jogo.

Jorge Almeida comprou um bilhete de 5.000 kz, para a bancada central e, ao dirigir-se ao pavilhão com o filho de dois anos, foi obrigado a apresentar bilhete de acesso do pequeno, que teve de comprar.

"Nunca se viu coisa parecida nos jogos de futebol e de basquetebol", disse, lamentando esta atitude da organização.

"Fiquei amplamente surpreendido quando voltei à bilheteira e questionei uma senhora do porquê de as crianças também terem de pagar o mesmo valor que os adultos, a resposta que me foi dada é que todas as pessoas têm de pagar para assistir ao jogo", lamentou.

Entretanto, a 31.ª edição do Afrobasket 2025 que o país organiza está a ser muito criticada pelo elevado nível de desorganização.

No jogo de abertura, entre Angola e a Líbia, o jogo ficou parado por mais de uma hora devido a problemas no cronómetro dos 24 segundos, que forçou o Presidente da República, João Lourenço, a abandonar o pavilhão.

Sobre as razões da organização passar o cobrar a entrada das crianças, o Novo Jorna contactou Moniz Silva, presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), mas este responsável remeteu-se ao silêncio.