Na abertura da 1ª Conferência Internacional sobre Recuperação de Empresas e Insolvência, organizada pela RECREDIT, Juciene de Sousa defendeu "um quadro legal de insolvência funcional, com processos céleres, eficazes e capazes de responder às expectativas dos que recorrem à justiça", afirmando que esta "é mais do que uma ambição jurídica. É uma necessidade económica".

Para a secretária de Estado do Orçamento a conjuntura actual, "marcada pela inflação resistente e crescimento ainda modesto", coloca desafios à actividade empresarial exige um regime de insolvência "que permita reorganizar, salvar e relançar empresas com potencial".

Juciene de Sousa defendeu que um bom sistema de insolvência não é apenas uma medida jurídica, mas também "uma alavanca de política económica, um escudo de protecção ao emprego e um sinal de maturidade institucional".

Segundo a governante, o novo regime jurídico de recuperação de empresas e insolvência em Angola, com a entrada em vigor de uma lei aprovada em 2021, "é apenas um começo".

"Não basta mudar a lei, é preciso mudar práticas, reforçar estruturas, formar quadros e, sobretudo, construir uma cultura jurídica e económica que reconheça o valor da reestruturação como alternativa viável à dissolução", expôs, destacando que, com o regime jurídico de recuperação de empresas e insolvência, "Angola preencheu uma lacuna histórica e criou um instrumento estratégico ao serviço da estabilidade do crédito, da protecção do emprego e da revitalização do tecido empresarial".

Mas para a secretária de Estado do Orçamento, este instrumento jurídico deve ser transformado num verdadeiro mecanismo de recuperação "e não apenas num instrumento de encerramento ordeiro", porque o objectivo é "construir uma Angola onde as empresas viáveis tenham uma segunda oportunidade".

Uma Angola "onde os trabalhadores não sejam os primeiros a perder tudo e onde os bancos consigam recuperar crédito sem arrastar a economia para a estagnação", defendeu.