A aprovação pela assembleia-geral de accionistas do BPI da venda de 2% do capital do BFA à Unitel, consumada a 13 de Dezembro passado, desencadeou uma acção judicial, interposta por um grupo de quatro accionistas que pretendem anular o negócio.
O processo foi confirmado pela própria instituição, segundo refere a imprensa portuguesa. "O BPI foi, no passado dia 30 de Janeiro, citado no âmbito de uma acção de impugnação de deliberações sociais", informou o banco, acrescentando que vai contestar.
"O BPI entende que os fundamentos invocados para sustentar a invalidade da deliberação em causa não procedem e irá apresentar, no prazo de que dispõe para o efeito, a competente contestação".
A instituição sublinhou que "a interposição da acção em apreço e a citação do banco no âmbito da mesma não suspendem os efeitos da deliberação impugnada".
Recorde-se que a venda de 2% do BFA à operadora angolana Unitel, por 28 milhões de euros, impôs o fim do controlo daquele banco angolano pelo BPI e foi proposta em Setembro passado pela administração liderada por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich, considerando-a a "única solução" para o BPI cumprir as exigências do Banco Central Europeu, de uma menor exposição ao sistema financeiro angolano.
Com este negócio o BPI ficou com 48,1% do BFA, deixando de o controlar o banco em Angola, e a Unitel com 51,9%.