Como é sabido, o Brasil tornou-se independente de Portugal na primeira metade do século XIX, concretamente no dia 7 de setembro de 1822.
Aproveitando a efeméride da passagem do 50º aniversário das independências, em 2025, de quatro dos cinco países africanos de língua portuguesa e de todos eles pertencerem à CPLP, criada em 17 de julho de 1996, têm sido incontáveis as iniciativas evocativas das efemérides.
Há, a este propósito, que ter presente que, não obstante a disposição do artigo 73º da Carta das Nações Unidas, que consagrou o direito inalienável dos povos à autodeterminação e à independência, o regime colonial português sempre recusou esse direito aos povos colonizados.
Fê-lo sob a fundamentação que os então territórios colonizados por Portugal eram províncias ultramarinas, como quaisquer outras do continente, sendo Portugal um país pluricontinental.
Este argumento, que confrontava totalmente o sentido da História, estava votado ao insucesso e daí a inevitabilidade da luta armada levada a efeito sob o regime colonial.
Hoje, é muito interessante constatarmos que, em recente sondagem realizada pela Universidade Católica Portuguesa solicitada pela Rádio televisão Portuguesa, a esmagadora maioria de portugueses considera que Portugal fez bem em reconhecer as independências das ex-colónias.
O mesmo resultado é obtido na auscultação dos cidadãos em Angola e Moçambique, países onde o estudo de opinião também teve lugar.
Mais interessante ainda é o facto de os portugueses que foram inquiridos nessa sondagem opinarem de forma também expressiva que, o que ocorreu menos bem nos processos de descolonização, ser responsabilidade do regime anterior à Revolução de 25 de Abril.
Compreende-se que assim seja, mas é desejável que isso se torne claro numa sondagem, sobretudo quando correntes populistas e saudosistas do regime ditatorial, que durante quase cinquenta anos oprimiu os povos de língua portuguesa e, naturalmente, também o povo português, apontam todos os males do mundo lusófono à Revolução de 25 de Abril.
Convém ter presente as ideias dos fundadores da CONCP - Convenção das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas, criada em 1961, na cidade de Casablanca, em Marrocos, que, para além da defesa das independências africanas de Portugal e da unidade e solidariedade entre todos os movimentos e partidos presentes, os intervenientes reiteraram que a luta que os envolvia era contra o regime colonialista.
Essa luta nunca se confundiria com a luta contra o povo português, também ele sujeito ao mesmo regime opressor.
O movimento libertador do 25 de Abril de 1974, em Portugal, e as lutas dos povos colonizados, inseriram-se na mesma batalha em prol da dignidade e da liberdade.
Daí a evocação da efeméride do 50º aniversário das independências em todos os países de língua oficial portuguesa.
50 Anos de independências pela solidariedade
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, em Portugal, os movimentos e partidos de libertação dos territórios colonizados assinaram acordos com a potência colonial que conduziram às independências desses territórios.
O facto de este ano, 2025, assinalar a passagem do 50º aniversário das independências de Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, tem justificado um vasto conjunto de iniciativas evocativas desta efeméride.
A propósito, é de assinalar que a Guiné-Bissau declarou unilateralmente a independência em 27 de setembro de 1973, Timor-Leste em 20 de maio de 2002 e a Região Administrativa Especial de Macau é integrada na República Popular da China em 20 de dezembro de 1999.
O facto de este ano, 2025, assinalar a passagem do 50º aniversário das independências de Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, tem justificado um vasto conjunto de iniciativas evocativas desta efeméride.
A propósito, é de assinalar que a Guiné-Bissau declarou unilateralmente a independência em 27 de setembro de 1973, Timor-Leste em 20 de maio de 2002 e a Região Administrativa Especial de Macau é integrada na República Popular da China em 20 de dezembro de 1999.
