Pouco antes das 10:00, o barril valia em Londres 58,68 USD, mais 0.57% que no fecho de segunda-feira, mas este aproximar da barreira psicológica dos 60 USD pode - segundo alguns analistas, vai mesmo - ser abruptamente interrompido devido a um inusitado e novo ataque norte-americano à China na guerra comercial que tem mantido as duas maiores economias planetárias com o dedo no gatilho de novas tarifas, o qaue acabou por se confirmar perto das 11:00, com o barril a passar a valer 58,10 USD.

O crescente, mesmo que tímido, aumento do valor do barril de Brent foi sendo alimentado, até hoje, pelo aproximar da nova ronda de negociações entre Washington e Pequim, na qual o Presidente Donald Trump, entre avanços e recuos, tem vindo a prometer frutos, mas que acaba por apresentar "caroços" com a indicação de mais empresas chinesas do sector tecnológico para a "lista negra" das sanções americanas.

Face a este abrupto desenvolvimento, Pequim, que já tinha visto a sua jóia da coroa tecnológica, a Huawei, ser inserida nessa mesma lista negra, já fez saber que não vai ficar de mãos atadas e prometeu contra-atacar, o que pode levar a que o barril de petróleo - que é a matéria-prima mais sensível a esta guerra comercial - se volte a "resguardar" em baixa.

Isto, porque o crude arrefece e aquece nos mercados consoante a procura mundial e esta depende directamente da vitalidade das maiores economias mundiais, como é o caso da chinesa e da norte-americana, que têm uma influência directa sobre as outras devido ao seu enorme volume de exportações e importações.

Com esta nova "surpresa" criada por Donald Trump, a dois dias do início de nova ronda negocial, que foi meter mais um grupo de empresas chinesas na lista negra - alegando que estas laboram com mão-de-obra sobre quem são exercidos actos de violência por serem minorias étnicas muçulmanas - alguns analistas admitem que se não se tratar de mais uma jogada de Trump para depois recuar, então o petróleo poderá iniciar uma tendência de descida volumosa.

Até porque o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês já veio dizer, em resposta à atitude de Donald Trump, depois de negar as acusações, que Pequim vai contra-atacar, usando uma expressão dúbia: "Fiquem atentos" porque a China "actuará sempre de forma a defender os seus interesses".

Entre as empresas agora afectadas estão alguns dos gigantes mundiais da tecnologia de videovigilância, a Hangzhou Hikvision Digital Technology e a Zhejiang Dahua Technology, e ainda grupos ligados à tecnologia da inteligência artificial, que são os sectores onde os EUA sente que mais estão a ser ultrapassados pela China.