Xi Jinping defendeu ser vital o compromisso com a lei internacional em vez de manter como objectivo qualquer tipo de busca da supremacia, acrescentando, citado pela Bloomberg, que "o confronto vai conduzir apenas a um beco sem saída", naquilo que os analistas já sublinharam ser um recado para Joe Biden, que assumiu o poder a 20 de Janeiro, depois de quatro anos de Donald Trump no comando dos EUA e durante os quais foi aberta a mais violenta guerra comercial entre Washington e Pequim.

Este recado tem ainda subjacente o facto de um dos elementos da sua Administração já ter vindo a público eloiar a estratégia de confronto com a China implementada por Trump e que esta tinha sido adequada.

O Presidente chinês defendeu ainda na mensagem gerada a propósito do Fórum de Davos, onde anualmente as grandes potências económicas e os magnatas da finança global se reúnem para analisar o estado da economia planetária e definir estratégias para o futuro, que o "mútuo respeito" é a melhor arma para combater os efeitos da pandemia da Covid-19.

XI Jinping foi ainda mais longe e disse aos seus pares que o caminho da geração de uma nova Guerra Fria, a intimidação, as disrupções comerciais ou sanções à margem da lei e das regras internacionais "podem mesmo evoluir para a divisão e para a confrontação", sem, no entanto, concretizar a que tipo de confrontação se referia, embora face a um contexto de Guerra Fria possa ter aludido ao confronto militar.

Com este discurso, segundo os analistas, Xi está a procurar definir um ponto de partida para o futuro das relações com os EUA e as restantes grandes economias, sendo que os seus mais fortes sublinhados são direccionados claramente para a Administração Biden, no sentido de sustentar as relações futuras na sua ideia histórica de apostar nos ganhos bilaterais assentes no multilateralismo.

E advertiu que "cada país é único,com a sua história e cultura e sistema social e nenhum é superior ao outro", deixando um derradeiro conselho sobre o perigo que existe quando se procura gerar uma "hierarquia na civilização" ou quando se procura impor uns sistemas a outros.